Use másCARA?

31 de março de 2021

Estou na sala com máscara no rosto. A funcionária, no corredor, próxima à porta de entrada.

Ela, de longe, avisa: o café está na mesa.

Agradecido! Disse eu.

Levanto, vou até o local onde o café me aguardava. Lá, no ambiente mais arejado, um ser já me esperava, sentado e sem máscara, natural como sempre... Pensei... Quer minha companhia! Mas não, queria lanchar também. Sento à mesa e, juntos, contemplamos o ambiente. Era um dia lindo. O céu estava com aquele azul sem fim... Os raios de Sol batiam nas folhas das árvores que dava aquele brilho incrível.

Os nossos olhos contemplavam a beleza do Criador.

Opa! O lanche...

Volto a lanchar. Em cima da mesa estavam os farelos do pão. Ofereci ao meu companheiro. Ele, feliz, pegava o que podia e voava... e eu o acompanhava.

Nos divertimos um pouco. Pensamos e dialogamos sobre a vida. A vida num sentido de construção a partir das escolhas, um cacto (flor-de-maio), que oferece apenas flores lindas e inexplicáveis, ao invés de espinhos.

Opa! A máscara.

Ponho a mão no rosto e noto que estou sem máscara. Nossa! Que perigo! Disse eu.

Não, que nada! Viver num mundo natural não exige o uso dela. Disse o meu companheiro.

Bom, os 15 minutos de lanche terminaram. Disse eu ao companheiro.

Levanto, retorno para a sala e no meio do percurso me dou conta de que estava sem máscara.

Volto e ponho a máscara. Meu companheiro já não estava mais ali.

Será que viver é sempre um tirar e um pôr de “máscaras”? Viver é um cacto - coroa de frade - que oferece apenas espinhos? Viver é um cacto - flor-de-maio - que oferece o melhor, a beleza aos outros em vez de espinhos?

Viver é uma escolha constante, independentemente do perigo.

Vicente Fialho
Enviado por Vicente Fialho em 30/10/2023
Código do texto: T7920199
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2023. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.