Anno horrendus
Vivemos uma época de perdas. De incertezas. De dor. De diminuição do prazer, da razão, da vida. 2023 é o pior ano de minha vida. (Que só será perder para o ano em que meu pai tiver ido embora...)
Quando vou trabalhar, vejo algumas das caras feias, antipáticas, enfim, a que minha imagem não agrada (não vou entrar no mérito do grau de estudo, se isso causa inveja nelas etc. e tal). Mas elas são coisas passageiras. Estão ali por algum tempo. "Não ligue para essas caras tristes, fingindo que a gente não existe..."
Ante o aspecto desumano, abjeto, horrível dessa época desgraçada, fica o que meu pai me dissera logo após recebermos a notícia do falecimento de minha mãe: "A vida continua..." É fato – e, para acompanharmos esse caminho (cheio de espinhos), hemos de dar continuidade à nossa obra. Porque nossa hora chegará algum dia. Eis nossa única certeza...