Mudança

Um dia me disseram que eu era segura da minha própria insegurança.

Eu digo que sou certa da minha própria incerteza. Voltar ou não, ficar ou não... eis a questão.

Se pela manhã acordo fazendo as malas, à tarde é certeza que eu fico. Mas quando o sol começa a pedir cama tudo me vai se acinzentado por dentro e as saudades chegam bem perto. Saudades. Plurais. Porque são duas. Uma, do que deixei lá, outra, do que vai ficar aqui.

Como agora ainda é manhã, já arrumei as malas, já juntei meus trem, vou até fazer matula.

À tarde... à noite... sei não...

Ou sei. Eu vou. Sei lá.

Dê Santiago

28.10.2019