Mãos calejadas

Onde a visão alcança luzes das milhares de casas, prédio e arranha-céu. No vigésimo andar numa madrugada de insônia não sei porque esse pensamento ventilou as mãos abençoadas que colocou tijolos sobre tijolos, um emaranhado cheio de argamassa depois de seco a pedra de cimento da o acompanhamento final com o cobrir do telhado, fecha as portas entrega as chaves e sem permissão do dono não pode mais entrar.

Benditas são essas mãos que constrói moradias, clínicas, hospitais, escritórios, galpões para oficinas, depósitos, lojas, enfim formando uma selva de pedra que abrigam os homens, mulheres, crianças e idosos.

O manto da madrugada com seu reflexo de luz cobri com carinho e repouso, e empresta seu silêncio para alguns praticarem algo que não comunga com a lei da sociabilidade, mas tem sempre alguém padecendo de insônia enquanto outro vagão pelas ruas como zumbi ruminando o amor não correspondido.

As ruas imitam os rios que desemboca nas avenidas que são mares, oceanos de carros circulando, alimentando, e estimulando o centro do coração desta cidade.

Jova
Enviado por Jova em 27/10/2023
Reeditado em 27/10/2023
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