Cultivai jardins
Nascemos. Não conhecemos o solo que nos receberá, dependemos dele para crescer. Dependemos da chuva mansa, do orvalho da manhã, da brisa suave, da seiva da terra, dos raios e do calor do Sol enviados por Deus. Sem excessos, sem escassez.
Nossos pais, como oliveiras ou arbustos maiores devem estar ao nosso lado, protegendo-nos para que cresçamos fortes e sadios. Nossas irmãs, da mesma espécie, de várias idades e tamanhos desfrutam dos mesmos nutrientes. Assim, vamos nos desenvolver e cultivar o nosso jardim.
Quando pequenos a nossa visão é horizontal, enxergamos o que está próximo, e precisamos de tão pouco para sermos felizes. Maiores, começamos a perceber a dependência do mesmo habitat, a enxergar outras espécies, a conhecer a variedade das plantas e suas necessidades individuais que teimam a sobrepor às do jardim.
É preciso aprender a observar o tempo, o inverno, o outono, a primavera e o verão. Tempo de namorar a Lua, de cultivar as boas sementes, de afofar a terra ao redor das mudas, de fazer a poda no tempo certo e de retirar as ervas daninhas. É fundamental que estas sejam retiradas, senão irão nos sufocar e trarão a morte prematura da alegria da nossa existência.
Chega o tempo da semeadura. Ansiamos pela abelha polinizadora, pelo beijo do beija-flor em busca do néctar, pela florescência. Espalhamos as sementes e aguardamos ansiosos por cada rebento que desponta na terra. Embora da mesma espécie, cada um diferente do outro, com suas particularidades, seu viço, seu colorido.
E novo ciclo começa. Se Deus nos permitir, ainda veremos outros e outros.
Portanto, cultive o seu jardins, de domingo a domingo!