Tamanho não é documento
Para a natureza, tamanho não é documento. Cada um tem a sua relevância, desde uma pequena formiga até um imenso elefante. Acredite, não são os ratos que tiram o sono de muitos elefantes, mas, sim, as formigas. Em certas regiões da África, o inseto vive em árvores chamadas acácias- um menu muito apreciado pelos animais de orelha grande.
Um estudo mostrou que, apesar de o número de elefantes ter aumentado numa reserva, o de acácias não diminuiu. Conclusão: as formigas defendem o seu território com “unhas e dentes”. O elefante é irracional, mas não é idiota. Para evitar ferroadas na tromba, coloca o rabinho entre as pernas, e vai procurar outro petisco para comer.
O animal selvagem precisa conhecer muito bem tanto as suas potencialidades quanto as suas limitações, ou seja, precisa ter o conhecimento de si mesmo.Também precisa conhecer as potencialidades e limitações do outro, ou seja, ele tem que conhecer todas as criaturas com as quais ele convive. E para finalizar, também precisa conhecer o seu habitat, o seu mundo e o seu entorno. Estes três quesitos fazem toda diferença na difícil arte da sobrevivência dos animais selvagens.
O animal selvagem leva muito a sério o ditado: “É melhor prevenir do que remediar”! No seu habitat, qualquer atitude espalhafatosa pode produzir danos irreversíveis à sua integridade física, sentenciando-o, inevitavelmente à morte. Por isso, todo o cuidado é pouco. As suas ações são meticulosamente bem planejadas. Não há lugar para o improviso. O erro faz parte do aprendizado, mas errar duas vezes pode ser fatal.
Voltando para o mundo dos humanos. Você conhece-se a si mesmo? Você conhece as pessoas com as quais você interage? Você conhece o mundo em que vive? Percebeu? Enquanto nós estamos na pré-escola, os nossos parentes selvagens já chegaram ao ápice do saber. Geralmente, os humanos vangloriam os seus talentos, mas se esquecem dos seus defeitos.
Como é possível ter êxito em alguma empreitada, sem o conhecimento real das suas potencialidades e das suas limitações? O limite é uma ferramenta importante da autocrítica. Entende-se por autocrítica: a capacidade interna do indivíduo de realizar uma crítica de si mesmo. Esse mecanismo é inerente ao processo de autoconhecimento, o ser conhece a si mesmo, identifica os seus pontos fortes e fracos, e partir daí, faz as devidas correções de rumo em busca da sua verdade existencial.
É sempre assim... Os racionais ( seres arrogantes e metidos a besta ) costumam depreciar as qualidades de seus "parentes irracionais". Isto é no mínimo pura dor de cotovelo mesmo! Agora cabe aqui uma pergunta: Nós, humanos, vamos nos transformar em "gigantes de verdade" ou em "seres agigantados" revestidos de mediocridade e hipocrisia? Quem viver, verá!
Antes de concluir este tema, não seria de bom grado, eu deixar de citar o homem que foi responsável por todas essas indagações, que não acreditava nos versos, que não deixou nada escrito, mas, em compensação, deixou o seu exemplo, a sua retidão, a sua honestidade, a sua humildade, a sua sabedoria, a sua coragem, a sua virtude e, acima de tudo, a sua verdade. Obrigado Sócrates, o seu legado alavancou a dignidade da criatura humana.