Velho marujo

Da janela de seu quarto vê o mar sumindo na curva com suas águas mansas e azuladas, relembra o balanço do barco e o olhar do perdigueiro deitado ao lado das traias de pesca todo faceiro. Por ser uma tarde de sol e de pouco vento, as águas serenas sem ninguém a navegar. Uma imagens entre nuvens vê descer a vesti da Santa se destacava mais com aproximação do lençol azul das águas sem ondas, e atrás uma legião de pescadores segurando o andor na outra mãos um castiçal aceso aparentando rezar entre monossílabo em transe da tamanha devoção seguiam passos lentos. Sem demora a força do habito fez levantar-se e ficar na posição de obediência ao ver a padroeira dos pescadores intercedendo por todos. As águas se abriram formando um corredor profundo que podia ver as pedras soltas rolando de um lado pra outro no fundo do mar. O coral dos arcanjos apareceram do nada e todos louvavam essa cena. Para ver mais de perto foi a orla, mas ao chegar foi surpreendido pela calmaria das águas sem ninguém por lá.

Entendeu que tudo eram uma miragens de uma vida toda que deixou saudade, os festejos e os louvores juntos com os companheiros devotos da santa padroeira e advogada dos pescadores que todos os anos faziam esse festejo que ficou tatuado no seu coração que vai acompanhar até sua morte.

As traias penduras o desuso empoeirou, o corpo cansado enfraquecido a visão turva já sem a nitidez dos ocorridos que as fotos amarelada mostram, o velho baú também chora ao guardar estas relíquias a sete chave e volta meia tem que reviver os bons tempos de um marujo que tem como padroeira a santa protetora dos navegantes.

Jova
Enviado por Jova em 22/10/2023
Reeditado em 22/10/2023
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