Quem Sou Eu?
Nas últimas semanas, uma pergunta martela-me igual ao rufar de um tambor. Quem sou eu de fato?
Depois de algumas constatações e conversas, as certezas viraram dúvidas. Chego a conclusão de que com o passar do tempo, essas dúvidas apenas aumentaram.
E as perguntas jorram como geisers que não tem fim. Que não tem respostas.
Sou mesmo autista embora seja diferente das outras pessoas?
Sou o Rei do Ignoto que se arrisca pelos outros, mas que não é capaz de resolver seus próprios problemas?
Ou será mesmo que tenho várias faces como dizem. Uma em casa e outra fora ou vice-versa?
Ou sou um mentiroso que acredita fielmente em sua própria mentira enquanto os outros já sabem disso?
Seja qual pergunta for, talvez não conseguiria uma resposta digna de Master, aquele jogo de perguntas e respostas que adorava quando era pequeno. Uma caixa preta da Grow enorme e com aquelas cartelas quase infinitas de perguntas sobre diversos temas. Eu adorava esporte e história, além do cotidiano.
São as mil e uma caras que precisamos usar se quisermos sobreviver neste mundo.
E que se resumem em uma palavra: malícia.
É nesses momentos de indagações e reflexões existenciais que me lembro de um velho ditado da minha mãe que diz:
- Se procurar demais por isso, acabará enlouquecendo.
Só pra não ficar com nenhuma resposta, digo que sou ao mesmo tempo o tudo e o nada, a criança ingênua e pura e o velho ranheta, o diferente com lampejos de igualdade e o lobo solitário que não hesita em ajudar os amigos que ficam nas suas bolhas nos momentos mais críticos.
Uma boa resposta para a pergunta do Milhão?
Sim, até a próxima dúvida derrubá-la do firmamento ao chão.
E assim a busca segue sem pódio de chegada ou beijo de namorada.
No fim das contas, tudo volta aquela velha e boa pergunta do início:
Quem sou eu?