ADEUS AO AMOR-PRÓPRIO
A gente perde o amor-próprio quando tripudiamos a nossa alegoria, fazendo feder e emporcalhar os nossos florais com abestalhada fé. Daí as mais bonitas varandas choram, numa tresloucada compulsão sem trégua. Perdemos o amor-próprio quando trocamos Deus por folhetim barato, quando o ar emperra e enfeia. Perdemos o amor-próprio na hora em que denudamos as escórias camufladas da alma e nos flagramos reféns do medo, só do rancor. Então só nos resta desmatar cada teco do que ficamos e chamar urubus pra festa, pois não merecemos mais pisar em chão algum.