DIVAGAÇÕES, EM UM DIA CINZA DE CHUVA
Engraçado como a história se repete indefinidamente, você senta diante do teclado e a telinha iluminada em branco. Não tem jeito, fica ali imóvel pensando no que vai vir de inspiração, e nesse caso o tempo caminha preguiçosamente e absolutamente nada acontece.
Seus dedos, que em tese deveriam estar ali agitadinhos, na procura compulsiva por letrinhas, buscando assim transformar aquelas divagações, que passaram em velocidade no campo das ideias, para gerar um texto com sentido, porém tudo permanece inerte, com sintomas característicos de uma depressão literária.
Para quem já parou para pesquisar estes insights, ali tudo acontece com riqueza de elementos, que dispensam uma sequência lógica, fazendo uso abusivo de imagens, odores e sons, que infelizmente não conseguem se transfigurar em palavras no papel em branco.
Bom, até aí tudo vai bem, afinal você que está pretendendo escrever, não precisa e nem deve resolver um texto num piscar de olhos, mas a ideia precisa ser captada, e com o maior nível de detalhamento possível. Pois se por acaso, você perder esse momento único de inspiração, mais tarde, quando você for efetivamente desenvolver o conteúdo, esses detalhes farão muita falta, a farão mesmo!
Para mim, muitas vezes essa tempestade de ideias ocorre quando estou dormindo, e na maioria das vezes, perco a oportunidade de transpor essas experiências para o papel, pela traição da mente, que simplesmente apaga tudo ou praticamente tudo que aconteceu, impedindo a publicização de muitas dessas viagens pelo campo das ideias.
Outras vezes, ocorre o mais improvável, seu resgate, pelo menos parcial, de tudo aquilo que rolou naquele momento inconsciente, infelizmente ainda não descobri uma técnica de recuperação desses arquivos. Será que não existe uma espécie de nuvem de armazenamento, tal qual temos hoje no campo da informática?
Já imaginou se de repente você consegue recuperar parte ou mesmo o todo do que aconteceu com seus pensamentos, nessas horas de desligamento compulsório. Teríamos então da noite para o dia uma capacidade inesgotável de formular histórias, independente do formato literário.
O resultado desse pequeno feito geraria uma revolução, no conceito que definimos como conhecimento, acredito que mudaríamos de patamar o nível das conversas, seja entre pessoas conhecidas, seja no campo laboral.
Imagine o que aconteceria com mentes privilegiadas, que mesmo diante das nossas limitações atuais, conseguem pensar fora da caixa e produzir inovações surpreendentes. È claro, que estou aqui agindo com uma cabeça ingênua do lado bom da maçã, mas não dá para imaginar o que mentes perversas seriam capazes de elaborar.
Esse texto serve como uma consistente amostra do que somos capazes de gerar, exigindo apenas premissas básicas, tais como: estar sentado de forma confortável, ter um computador a mão, dispor de tempo e fazer um pequeno exercício mental.
Pronto, aí se concretiza uma sequência de palavras, que formarão parágrafos, parágrafos estes que passarão ao leitor uma mensagem, que esperamos sempre acrescentar um tijolinho que seja, nessa nossa eterna construção humanística, rica em melhoramentos que tentamos fazer da nossa vida nesse plano.