AVES MIGRATÓRIAS

Todos os anos, nesse período em que a primavera ameaça virar verão no Hemisfério Sul, as andorinhas voltam a cruzar o espaço de céu por sobre a minha casa em Santo André/SP.

Nesse voo desde o Hemisfério Norte (mais de oito mil quilômetros) esses pequenos animais realizam um trabalho inestimável para nós humanos, pois dependentes como somos dos produtos agrícolas, não fossem as andorinhas que se alimentam dos insetos, esses tornariam inviáveis quaisquer culturas, porque inseto se reproduz aos milhões.

Todo mundo já ouviu falar em nuvem de gafanhotos ou infestação de lagartas...

É o desejável controle biológico, sem custos e sem alterar a cadeia alimentar que, muitas vezes é quebrada quando, a monocultura necessita do uso de agrotóxicos, que são venenos que matam indiscriminadamente.

Embora não chegue a causar dano irreversível, a andorinha é predadora de abelha, responsável pela polinização da maioria das culturas e da vespinha ativa no controle da lagarta, que é a segunda fase larval de borboletas e mariposas, mas é eficiente no controle da cigarrinha e demais insetos que atacam os canaviais, por sobre os quais, ela voa de bico aberto, capturando os insetos que estejam voando a pouca altura.

Talvez pela fartura de alimento, alguns casais dessas aves fazem ninhos por aqui mesmo enquanto que a maior parte do bando segue para o cone Sul da América, mas quando março trouxer o outono, a migração se dará em sentido inverso, pois as andorinhas voltarão para o Hemisfério Norte em busca do calor do verão e nova “desinsetização” será feita em todo o percurso.