Escritos de outono
Escrever é uma forma de liberdade. No ato de escrever tomo consciência, tenho um diálogo íntimo comigo mesma, e toco no intocável, vejo o que queria esconder. Escrevo, porque isso me salva, e fico perdida quando fujo da escrita, os meus demônios gritam, e quando escrevo eu os aceito e me transmuto. A minha escrita, é íntima, é um remédio que preciso, ela me coloca em contato singelo comigo mesma, vivo meu sonho, sofro minhas dores de parto, me faço nascer, e também morro. É assim que me exprimo, é inevitável, fica o aviso para os desavisados.
É outono, e as folhas caem de mim, folhas trêmulas, viver me faz estremecer e me fragmenta. O dia vem, e a claridade bate em mim, e eu sinto os dois mundos se colidindo, e eu vivo o céu e inferno de me ser. O que me salva, é a fé de que irei acertar o meu destino, sinto isso, a certeza de que acabarei acertando. Estou em dias outonais, e espero pacientemente o meu perfume floral, me dou o tempo necessário para florescer. Eu te digo: florescer leva tempo, tenha paciência, aprecie a estação em que estas. Cada estação tem a sua fragrância...