CURANDEIRISMO

São inegáveis as contribuições do conhecimento empírico sobre as ervas medicinais e as formas de utilização das mesmas que chegaram até os dias atuais graças, prioritariamente, à tradição oral dentro das três principais etnias responsáveis pela nossa formação.

Há também que se considerar que grande parte dos medicamentos comerciais têm na natureza a base dos seus princípios ativos que, graças à síntese pela química industrial, podem ser reproduzidos em larga escala sem a necessidade de cultivo das respectivas plantas ou captura e criatório de animais.

Entretanto, até bem pouco tempo, o uso desses medicamentos era considerado curandeirismo e exercício ilegal da medicina com punição judicial severa para aqueles abnegados que se dispunham a auxiliar os doentes.

Por interferência dos grandes laboratórios, os médicos em sua maioria são formados dentro dos métodos alopáticos e vêm com desconfiança o uso de quaisquer alternativas para a cura, inclusive os métodos e medicamentos homeopáticos.

Imagine-se o conflito que será gerado entre médicos e curandeiros dentro dos postos de saúde, clínicas de especialidades médicas e hospitais em geral com a nova determinação do ministério da saúde em adotar o curandeirismo como forma de tratamento.

Em quais ocorrências e a quem caberá a decisão sobre qual dos profissionais deve agir; o médico ou o curandeiro?

Pelo acúmulo dos atos tresloucados, irresponsáveis e inconsequentes em todas as áreas do atual governo, não será motivo de espanto se dentro de mais alguns dias as rezadeiras e os pastores, responsáveis pelas curas milagrosas nas “igrejas pegue e pague”, também venham a fazer parte do Conselho Federal de Medicina com direito a carimbo com nome, CPF e número do CRM...