O homem que criou o silêncio
Ele era um homem bom , mas bom para mais de metros.
Ele estava em sua casa, deitado na cama, suavemente marcada com os traços de seu corpo. Ele abriu os olhos , ambas as palpedras de uma só vez. respirou fundo, aquele ar de quem sabe que está vivo e é grato. Olhou o relógio despertador antigo e percebeu que deveria levantar. Sentou-se a cama, alongou os braços para cima. E fez uma oração. Levantou-se lentamente, como as águas que correm no deserto; seus passo sussurravam, pela sandália calçada antes de levantar-se. E prontamente ele abriu a torneira da pia da cozinha. Ouvia-se as aguas caindo na cuba. Era de manhã;e, não esperávamos nada senão o café a mesa e um pão francês com margarina. Ele dirigiu-se até a janela da sala e olhou a luz do sol , como quem olha para o amor de sua vida.. de modo profundo, sublime, sincero e grato. Seus batimentos cardiácos estavam regulares, porém já posso imaginar o som da vida, deste palpitar de coração , nas primeiras horas matinais. Ele já havia aberto os olhos, respirado fundo. A seguir, ele foi ao banheiro, escovou os dentes e seguiu para a cozinha no intuito de fazer o café.
Enquanto tudo isso acontecia, as formigam caminhavam em torno do pote de açucar e pensavam em uma alternativa para retirar todos grãos quanto conseguirem. A água aquecia, o fogo era alto, a porta foi aberta por ele, ouvi o rumor da fechadura que já era velha, tão velha quando a porta de madeira nobre. Ele puxou um tapete de estopa, esfregou os pés suavemente neles e cada grãozinho de terra ficou por ali mesmo. Abaixou-se tomou o tapete pelas mãos e o sacudiu arremessando as areias para fora, porque os mais antigos dizem que a poeira deve ficar no lado de fora da casa. Parecia ter esquecido do café,mas a água ainda não estava fervida. Sua parte preferida da casa, era o banheiro e lá quando ele chegou escovou os dentes suavemente com a escova antiga e desgastada de quem não tinha mais ânimo de comprar uma nova, e nem se importara tanto, pois a idade da escova não mudaria em nada os seus dentes.
Ele seguiu para a cozinha e água da panela já deixara subir bolhas de ar de modo constante , repetitivo e permanente. Chegou o momento de coar o café! A garrafa era antiga , então aquecia o chá preto por mais tempo. Tomou o coardor de pano nas mãos, abriu a vasilha com o pó do café, apanhou com uma colher três medidas iguais. Sabendo então que ficaria forte e que cada um adoçaria a seu gosto. Desligou o fogo e virou o bule com a água aquecida direcionada ao coador. O líquido soave corria progressicamente em direção a garrafa boa. O cheiro intenso alcançava suas narinas deste modo o prazer natural de passar o café era mais intenso do que o próprio café. O líquido descia suavelentamente, dinâmico e frequente . Até que encerrou. Ele abriu o armário tomou alguns pães, uma faca de serrar, alguns pratos. Abriu a geladeira azul bebê e pegou sua maragarina predileta. Colocou todos itens a mesa, sem esquecer de fechar a garrafa.
Neste silêncio profundo, meu pai preparou o nosso café, por isso eu digo que ele inventou o silêncio.