A FRUSTRAÇÃO DO MEU PRIMEIRO EMPREGO.
Conforme já narrei em crônica anterior, a busca do meu primeiro emprego não foi nada fácil. Sem querer ser muito trágico, às vezes comparo com a história mitológica de Sísifo, saía para procurar emprego e após muitos testes e agruras, recebia um não aprovado, então é como se a pedra rolasse ladeira abaixo, no dia seguinte começava novamente. Até que consegui o primeiro registro em carteira. Estava indo tudo muito bom, tudo muito bem, até o dia em que tive a ideia de solicitar uma transferência para mais perto da minha casa. Ficaram de analisar. E não demorou muito o meu chefe me pediu para comparecer ao Recursos Humanos. Já saí saltitando achando que seria a confirmação daquela mudança de local de serviço. Ao chegar e ouvir do funcionário palavras comedidas e com subterfúgios, do tipo: "Não temos nada contra a sua pessoa, até que você vinha desenvolvendo o seu serviço muito bem, não faltava e sem nenhum problema disciplinar, mas..."
E aí ouvi o que nunca tinha ouvido, afinal aquele era o meu primeiro emprego que, na realidade estava sendo colocado um ponto final naquela trajetória. Segundo o funcionário, continuando na sua justificativa de dispensa, o Banco havia feito uma fusão e os funcionários mais novos estavam sendo demitidos, como no meu caso. Dito e feito. Logo que eu saí dali e limpado o meu armário, as lágrimas não demoraram a cair e já pensando como iria dar aquela notícias aos meus pais. Dei-a e a minha mãe, que me surpreendeu com estas palavras: "Não abaixa a cabeça com isso, amanhã mesmo já vamos procurar outro. Desempregado é que você não pode ficar. Dito e feito. O verbo no plural "vamos" que ela usou fez muito sentido e lógica. Após sua consulta de rotina na Santa Casa de Misericórdia ela teve um insight materno e certeiro e se dirigiu ao Departamento de Pessoal daquele nosocômio e conversa vai, conversa vem com a responsável já agendou um teste para o dia seguinte para mim. Para encurtar a história: este foi o meu segundo emprego e depois deste aí tudo ficou mais fácil, sem precisar mencionar nenhuma mentira inofensiva.