Eu mato,Tu matas, Ele mata!
Vamos parar com esse papinho furado de que o Homem, esse animal "sem eira nem beira", nasce bom, mas a sociedade o corrompe. Basta da Mentira Rousseauniana! Eu me identifico mais com a perspectiva judaica: "A Humanidade encontra-se num estado de inclinação para fazer o mal e de incapacidade para escolher o Bem em vez do Mal".
Pra começo de conversa, a carnificina já começa dentro do ventre materno. Você só está lendo este texto agora, porque "centenas de milhões de indivíduos biológicos" nadaram, nadaram, nadaram... e "morreram na beira da praia". O milagre da existência é uma brincadeira de cabo de guerra: de um lado, a luta constante pela vida; do outro, a morte sempre à espreita.
Vamos mais uma vez, recorrer aos sábios ensinamentos da "mãe natureza". A história já começa errada aqui... A "natureza" é tudo, menos "mãe". No meu entendimento, ela está mais para "madrasta malvada" do que a "mãe acolhedora". A natureza não é piedosa com os fracos, os doentes, os incapacitados, os inexperientes, os desprovidos de habilidades fundamentais, quando o assunto é sobrevivência. O mundo natural não é um "mar de rosas"! É um lugar para "duros na queda"!
O leão quando assassina a prole do seu adversário, faz um bem para a sua descendência, mas faz um mal para a descendência do seu opositor. Para o animal carnívoro viver, o herbívoro tem que morrer. Para o animal herbívoro viver, a planta tem que morrer. Isto é, na natureza a "matança come solta". Matar, matar, matar, é a melhor coisa para poder viver. Percebeu? A "mãe natureza" é uma "matadora profissional": quem não mata, morre de fome.
Por que haveria de ser diferente no reino dos "bípedes sem penas"? Na verdade, o Homo sapiens não é uma "máquina de pensar", mas sim uma "máquina de matar". O seu sucesso evolutivo se deu graças a sua competência na arte de matar. Quando o assunto é matar, nenhum outro animal faz frente a este "matador cruel e sanguinário". O humano mata por muitos motivos, mas também sem motivo algum. Mata-se por fome, por amor, por raiva, por ciúmes, por inveja, por cobiça, por vingança, por vergonha, por preconceito, por religião, por ideologia, por dinheiro, por maldade, por glória, por necessidade, por prazer, por entretenimento, enfim, mata-se por tudo e também por nada. Quem nunca matou ninguém que jogue a primeira pedra?
Para perpetuar o seu legado, a criatura humana deve plantar uma árvore, ter um filho, escrever um livro e, pelo menos, matar algumas centenas de seres vivos. Quem disse que um inseto merece ser morto com uma boa chinelada? Será que o inseto não tem o mesmo direito de viver de que os humanos? Onde estão as"ONGs da Vida" que adoram proteger os fracos e oprimidos? Existe coisa mais maquiavélica do que alimentar um porquinho, todos os dias, para deixá-lo bem gordinho, para depois matá-lo à pauladas, assá-lo, e comê-lo no natal?
Já que não tem jeito, se eu fosse Deus eu mudaria o quinto mandamento: "Pode matar, mas não judia muito"! Até o poeta Carlos Drummond de Andrade já matou! "Quero te apertar com todas as forças de minhas mãos, só descansarei quando vir sair o sangue quente do seu corpo. Só assim, livrar-me-ei de ti, pernilongo filho da puta"! Por enquanto, quem estabelece quem deve morrer ou viver é o maior ditador do planeta Terra: "O Homem". Já chega, basta de "matar o tempo"!