Aline, a gaúcha israelense
Enquanto fazia os cursos online de Arqueologia Bíblica do Moriah, instituto ligado à Universidade Hebraica de Jerusalém, para relaxar, sem sair do tema, procurei algo mais básico e lúdico sobre Israel e sua história, para além dos vídeos acadêmicos. Assim, furungando daqui e dali no YouTube, achei o canal Israel com Aline, em português, bem o que procurava.
Aline é uma colorada de Porto Alegre que foi para Israel aos 17 anos e por lá ficou, formando-se em Turismo e trabalhando como guia para canadenses e portugueses, brasileiros e demais falantes da língua portuguesa. Teve a ideia de fazer o canal, casou e já está grávida de oito meses do segundo filho. Israel com Aline tem vídeos que chegam na casa dos cinco milhões de visualizações. Profissionais, bem concebidos e produzidos e historicamente embasados, recomendo-os para os que se interessem pelo tema (Israel com Aline).
Entretanto, o que me levou de volta aos seu canal por esses dias foi, obviamente, o brutal ataque terrorista do Hamas à população civil israelense, para ver o que ela estava postando, visto que assisti breves entrevistas suas para alguns canais brasileiros e gaúchos sobre a situação local. Ela mora em Jerusalém, distante do sul do país, onde aconteceram os dantescos episódios que, mesmo assim, repercutem por todo o pequeno país, um Sergipe com uma população gaúcha, comovendo-o. São cerca de 15 mil brasileiros em Israel e a absoluta maioria optou por ficar, visto se tratarem de judeus oriundos dos mais diversos pontos do planeta, como Aline.
Em seu vídeo mais recente, uma visivelmente abalada Aline, mui diferente da que vemos em suas postagens anteriores, fala da situação. Ver uma mulher jovem em final de gravidez, cujo marido foi convocado e está no exército, falar de sua sorte por não morar perto de Gaza e, só por isso, ela e sua família estarem vivos, faz a gente pensar em toda a dimensão da tragédia humana que esse conflito gera no cotidiano das sociedades israelense e palestina. Desespero e dor profundos, como um rapaz brasileiro que sobreviveu ao ataque do sábado pela manhã narrou em entrevista, descrevendo o pavor das pessoas atacadas pelos terroristas quando estavam sem saída dentro de um bunker anti bombas. Pelo menos quatro brasileiros foram assassinados na ocasião, um deles gaúcho, sendo que outra brasileira está entre os reféns feitos pelo infame Hamas.
Tu não precisas ser contra o Estado de Israel para apoiar a criação do Estado Palestino, tampouco tem necessidade de apoiar o terrorismo covarde a fim de criticar determinadas posturas adotas pelo governo israelense quanto a Cisjordânia, por exemplo. O vídeo mais recente de Aline fala um pouco também sobre isso. Deixo-o ao final desta crônica para vocês assistirem e refletirem.
Uma boa semana para todos. Cuidem-se, vacinem-se, usem máscara nos locais indicados, vivam, orem pela paz e fiquem com Deus.