É tempo de ensinar... e aprender também!
Existe uma frase muito interessante que ouvi certa vez e nunca esqueci: “A educação é a transmissão do conhecimento do livro do professor para o caderno do aluno, sem passar pela cabeça de nenhum dos dois”.
Quando o professor se acha o “dono de verdade” absoluta e que somente ele sabe das coisas e os alunos estão ali para ser meros expectadores do monólogo que é a sua aula, as coisas não estão desenrolando como deveria neste processo ensino-aprendizagem.
Quem leciona há algum tempo sabe muito bem que a mesma aula pode ser dada diversas vezes, mas nenhuma delas será igual. Por que isso acontece? Porque o momento é outro, as pessoas são outras e cada um tem pensamento diferente.
Na aula, não basta ao aluno ficar sentado “quietinho”, como parece pensar alguns professores, mas é preciso escutar e saber o que está acontecendo (entendendo, é claro).
E quando se fala em “ensinar” a Palavra de Deus, aí que as coisas mudam de figura. Se a educação considerada “normal” já segue determinado rumo, nesta, especificamente, é bem peculiar, pois precisa além de estudo prévio, a dependência do Mestre dos mestres, para um acompanhamento minucioso: Jesus Cristo. Quem leciona nesta na Escola Bíblica Dominical não precisa de diploma, mas de “experiência” com o Senhor.
Ele nos dará experiências a serem vividas desde o momento do estudo de sua palavra até o ministrar da aula. Tudo será feito, segundo o seu querer e propósito. Quantas vezes você não deve ter preparado uma aula e elaborado tudo de forma “perfeita” e, de repente, tudo mudou por um motivo ou outro? E qual a sua avaliação: de que foi melhor assim ou de que se tivesse feito como planejou seria bem melhor?
O professor ensina sim, mas aprende muito mais. O aluno, especialmente os de hoje em dia, tem mais curiosidade pelo acesso constante a informação e, assim, contesta e quer saber de tudo, deixando o “facilitador do conhecimento” numa situação difícil.
É por isso que Cristo, depois de sua vinda, fez discípulos para que todos o seguissem e transmitissem o que ele ensinou. E com os professores é a mesma coisa: o desejo de que o que ele passa, precisa ir adiante, como uma prova da eficácia de que o “ensino-aprendizagem” foi completado.
Mas para ter uma visão mais ampla deste assunto, vamos reportar certa época de nossa vida. Como, por exemplo, as técnicas utilizadas na educação que mudaram muito. Se numa época era preciso “criar” algo para motivar os alunos numa sala de aula, agora a situação é outra: o uso da internet é tão comum e quase de acesso de todos que existe maior facilidade de achar quase tudo que se deseja com um simples teclar e “navegar”.
Vivemos num mundo onde as coisas não andam, correm. Evoluem de tal forma que não acreditamos quando notamos que, de repente, tudo mudou. É preciso estar preparado sob a orientação de Deus para encarar as mudanças que ocorrem, sabendo como agir.
“Ah, se eu voltasse no tempo...”, talvez pensem alguns. Mas o que faria? Como seriam os meus estudos, melhor ou pior? Talvez hoje, a facilidade do acesso às informações seja muito maior, mas a criatividade poder ser considerada infinitamente menor, já que atualmente não é preciso nem “pensar”, tudo está pronto e determinado.
O salmo 119.9 diz: “Como purificará o jovem o seu caminho? Observando-o segundo a tua palavra.”. Isso quer dizer que a criação dos pais e a instrução dada pelos professores podem representar o trilhar de um caminho bom ou ruim até a vida adulta, dependendo de como é feita. Tudo fica guardado na mente e coração ao longo de nossa vida, em especial nas fases onde o crescimento é maior, da infância à adolescência. O que certamente não exclui a preciosa fase da juventude.
Algumas escolas já não incentivam tanto a leitura de um bom livro de “papel”, neste país onde boa parte da população quase não lê, e sim procura a “biblioteca virtual”, onde os alunos tudo copiam sem ao menos pensar no que ali está escrito. E o pior de tudo: exigem, às vezes, um tema nunca visto, sem saber se todos têm acesso a esse meio tão importante, porém ainda de valor elevado ou distante de algumas classes da sociedade.
Ao mesmo tempo em que outras instituições sabem dosar a tecnologia com as técnicas tradicionais de educar que são eficazes até hoje. E quando isso ocorre é uma forma sublime de mesclar o novo que veio para melhorar com o que não pode faltar numa sala de aula: amor a nobre arte de ensinar e de aprender.
Como disse o sábio Salomão, em Eclesiastes 3.1,2,7: “Tudo tem o seu tempo determinado... tempo de plantar, e tempo de arrancar o seu plantou; tempo de estar calado e tempo de falar”.
Que conselho bem apropriado para os educadores, porém o que aqui é orientado, não quer dizer que são coisas independentes, pelo contrário, tudo é bem ligado e ocorrem ao mesmo tempo, sendo necessário a percepção vinda dos altos céus para se faça o melhor. Esta é oportunidade única de ensinar, mas aprender também!