A INCERTEZA DO AMANHÃ
Acordo e vejo o dia cinzento. Onde foi parar o azul do céu? Onde estarão os pássaros que não os escuto a cantar?
A brisa que sopra cheira a fumaça enquanto as flores murcham por falta de ar.
As pessoas andam apressadas pelas ruas, expremem-se em filas intermináveis enquanto os carros engalfinham-se em um trânsito caótico e parado. O tempo parece perdido e não anda.
No meu peito uma dor lancinante e insistente que parece ferir a carne como navalha enquanto caminho perdido em meus pensamentos.
Volto para casa e tudo é sempre o mesmo.
Na parede vejo um quadro inerte e empoeirado com uma imagem passiva que remete a lembrança de tudo que eu queria. Pura utopia.
Como um peixe no silêncio do aquário vou sobrevivendo dia após dia à espera de nem mesmo sei o que virá.
Em cada amanhecer acordo pensando como será o novo dia.
Na rua sigo caminhando com incerteza o mesmo chão em busca de um novo caminho.
Que será de nós? Ou dominamos nossos medos e enfrentamos nossos algozes ou sucumbiremos e teremos que conviver irremediavelmente com nossos fantasmas.