Mais um avião no céu azul

 

Ontem de noite, umas 21 horas, ouvi o sinal de mensagem no celular e fui atender. Era a Mari, minha ex-colega de plantão.

"João, nosso colega Paulinho morreu".

"Como assim, Mari. Não acredito".

 

Acreditasse eu ou não, meu colega, que nem cinquenta anos ainda tinha, acabara de falecer. Que merda, Dia da Criança, de Aparecida e uma notícia dessas, de um cara que eu gostava, com o qual dividira bons momentos no serviço, tirando plantões juntos, dando boas risadas e batendo altos papos, dentre outros, sobre religião (emprestou-me livros bem legais sobre o tema, era um cara lido no assunto), Israel e hebraico. Um pai presente e atuante, casado com uma atriz e escritora muito legal, que gostava de aviões (a foto acima é registro dele, lá do Salgado Filho) e de viajar para Israel - de onde trazia roupas e echarpes, vendeu-me algumas bem legais. Pois a Mari me avisava que nosso colega, o simpático e de boa trova Paulinho, novo e com planos a realizar, acabara de deixar esse plano físico. Que merda, uma merda, baita merda. Fiquei chocado e muito triste.

 

Era uma festa encontrar o Paulinho, sempre muito shalom de bom dia, sempre de muito bom humor. Quando conheci a Luana ano passado nos eventos da Literatura, tão bonita, talentosa e luminosa, quão feliz fiquei quando descobri que ela era noiva do Paulinho. Se não me engano eu e minha esposa demos uma carona de táxi pra ela e foi aí que descobri. Fiquei muito feliz por ele, pois, quando a gente gosta de um cara, fica contente de o ver bem, com uma mina tri. E eu achava que o Paulinho merecia muito estar numa boa, com uma pessoa bacana, era um cara legal e eu gostava dele, via pelas suas fotos no Facebbok que ele estava de boa.

 

Então ontem recebi essa triste notícia, de surpresa, de supetão, totalmente inesperada. O Paulinho é mais um amigo, um colega que a gente perde pela estrada da vida, deixando o caminho com "menas" graça. Ser jovem é saber que os camaradas estão pela banda, todos bem; ser coroa é seguir em frente, amarrotado por sentidas ausências. Ele era de Santiago, o enterrarão lá, hoje. Era um cara tri de quem eu gostava. Não esquecerei dele.

 

Essa sexta-feira 13 nasce com cara e jeito de sexta 13, amanheceu bonita e triste. Uma escada caiu e se desmanchou no chão. Um avião corta o céu azul rumo à vida eterna.

 

Shalom, Paulinho.