A ORQUIDEA NO LIXO

 

 

Alguém toca a campainha. Vou atender e me deparo com o zelador do prédio à porta de meu apartamento, tendo nas mãos um vaso de orquídeas, sem flores.

 

Ele, sabendo que gosto muito de plantas e flores, veio perguntar-me se quero ficar com o vaso que encontrou no lixo. Alguém deve tê-lo recebido numa data festiva, enquanto exibia bela inflorescência e, agora, passada a floração, descartou-o.

 

- Sim, respondi. Vou cuidar da planta. Pode deixá-la comigo.

 

Acomodei o vaso sobre uma mesinha da varanda e, uma vez por semana, dou-lhe água, sem falta.

 

Viajei por dez dias. Ao voltar notei que a planta lançou novas raízes aéreas e um pequeno pendão projeta-se por entre as folhas. Será uma surpresa de belas flores, das quais ainda não sei o aspecto ou a cor.

 

A espécie é Phalaenopsis, originária do sudeste asiático - Tailândia - Indonésia - Malásia - Filipinas, ultimamente muito cultivada e apreciada por aqui.

 

Todos os dias vou até a sacada para ver como ela se desenvolve, se brotaram novas folhas ou raízes e acompanhar o crescimento da haste onde irão desabrochar as flores. Um exercício prazeroso essa expectativa do desconhecido. Como pode uma pequenina planta, encontrada no lixo, trazer tanta alegria?

 

 

 

 

Aloysia
Enviado por Aloysia em 12/10/2023
Reeditado em 13/10/2023
Código do texto: T7907167
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