A guerra e as crianças
Toda guerra precisa ser considerada do ponto de vista de uma criança.
Consideramos todos, com razão, um crime imperdoável que um adulto abuse de uma criança. No entanto, achamos perfeitamente normal que alguém ordene a execução de crianças.
O terrorismo e a guerra são a execução cega e insana inclusive de crianças.
Ninguém diz “vamos matar crianças nesta guerra” – mas matam. E alguns desses senhores que matam crianças são ainda considerados respeitáveis, recebem cumprimentos e apertos de mão.
Nenhum homem que mata criança, em guerra ou não, é digno de respeito.
E todo homem que manda matar, que colabora para matar, que é conivente para matar, que age como se não fosse matar criança, não é melhor do que o mais abominável dos pedófilos.
Não há política ou ideologia que justifique o assassinato de crianças.
A necessidade, o contexto, a conjuntura, se tudo isso levar à conclusão de que é preciso matar crianças, então não há mais salvação para a humanidade – e o suicídio parecerá mais digno.
Será melhor que todos amarrem uma pedra no pescoço e se atirem no mar.