O QUE FAZER QUANDO A VONTADE DE DESISTIR É MAIOR?
Por favor, não se assuste com o título da crônica, não é essa a minha intenção, quero apenas pincelar algumas ideias e sentimentos ocultos à luz do pensamento. Arrancar do calabouço da alma assombrada algumas pontas soltas de desespero, que, podem ser suas também, afinal, creio dê alguma forma, que em um determinado momento da vida tenhamos sentimentos e vontades muito parecidas. O título da crônica passeia nesse momento por muitos corações além do meu, quem sabe os teus olhos desavisados pousaram nesse texto em um desses instantes, onde a sua vontade de desistir é bem maior.
Quando fazemos algo sem nenhum sucesso ou retorno, logo questionamentos surgem. Quanto aos nossos recorrentes fracassos acumulados um após outro, como em uma curva de rio onde tudo o que é tranqueira se juntam, questionamos se realmente vale a pena. Aquele plano muito bem arquitetado, friamente calculado, pronto para ser um sucesso absoluto... Então ... Você, eu, talvez tenhamos até rascunhado esse plano em um caderno, desenhado, estudado. Posso imaginar o sorriso ao final, ar de contentamento, certeza da vitória, conjecturando outras possibilidades para o plano infalível. O coração não se aguentando, comentários com um e com outro... Tudo pronto, é só partir para a reta de chegada e receber o troféu ...
Pois bem amigo. Lá adiante está a reta de chegada, porém, alguma coisa acontece nesse percurso final, e, de repente, caímos, outros passam por nós com tudo cruzando a linha de chegada e agita a bandeira que deveria ser da vitória. É nesse momento que ficamos com cara de derrota, com vontade de chutar o balde, querendo desistir de tudo. O coração fica acelerado, a alma inquieta. Vem aquela vontade de chorar, o sentimento de inutilidade. Refletimos negativamente, enxergamos o pior cenário possível. A dedicação, o planejamento que não deu em nada, vemos o fulano e beltrano se dando super bem em tudo. O que fazer?
Eu já passei por isso meus amigos, ainda passo, talvez esteja passando. Muitas vezes, em todas eu diria, a reação é quase a mesma. E digo mais! Se houver outras situações, certamente terei reações parecidas, mesmo jurando que farei diferente. Somos humanos caríssimo amigo, é natural termos tal inclinação, talvez aquele camarada que vimos acertar, em outros momentos teve terríveis frustrações com as suas derrotas e nem sabemos, tantas vezes que talvez tenha desistido até o ponto de acertar sem imaginar que acertaria. É simplesmente inexplicável essas coisas da vida, viveremos a nossa história sem compreender alguns dos mecanismos que rege a nossa existência.
Lendo a Bíblia encontrei no salmo 73 um cenário parecido, a mesma situação. O salmista ficou completamente perplexo com a sua situação de derrota. O salmista vislumbrou o sossego e as vitórias daqueles que praticavam o mal, enquanto ele, fazendo o que era certo, só afundava. O salmista era uma pessoa preparada, estrategista, mas, por algum motivo a sua vida não prosperava... Onde estava o erro? Lendo esse texto percebe-se que não é o meio da história o importante, porém, como ela terminará. Pelo menos é isso que o salmista entendeu, pois na história do salmo 73 o ímpio não tem final feliz, ele no entanto, de tanto tentar sem nunca desistir, certamente aprenderá com as suas quedas.
Eu também, às vezes tenho vontades fortes de desistir, e sei que você também, no entanto, façamos um trato, vamos tentar mais uma vez, e mais uma, e outra, até dar certo, tem que dar certo, porque uma hora vai ser inevitável nossa vez de vencer.