Inexprimível e cadente
Inexprimível e cadente. Ando atrás de mim mesma, torturada pelos ecos de um lindo passado, um presente atormentado e um futuro de incógnitas, ao vê-la ensejar a partida.
Tenho um grito seco e torturado preso na garganta, que oprime as cordas vocais com um pavor e uma dor, tentando empurrar a porta. Vou costurando, cerzindo o coração rasgado no peito, me sentindo desgraçada e desumana, enquanto rezo por ela com toda minha fé.
Inexprimível e cadente. Vou assistindo impotente às cenas que se desenrolam em frente aos meus olhos, com o choro preso, enquanto ela vai parecendo desistir e acabar, mas se for pra acabar, acaba com minha angústia de vê-la assim tão indefesa…
Rogo que o infinito me acolha em suas asas, para que essa demência e sentimentos anestesiados encontrem acalanto e eu durma em paz e acorde com bons dias e sorrisos plantados com a força e a fé que ela sempre teve…