Suspirante
No amiudar da tarde, olho as montanhas e suspiro inquieta
Pensando no que passou e almejando o que virá, sonho o céu
Lastimo o que olvidei entre lágrimas. Apelo ao universo por um acalento
Olho estrelas e perco as contas de há quantas luas não sorrio
Vagando entre o real e o sonho, sou livre dentro de mim
A mente sonha acordada, lateja, mesmo dormente de lembranças
Não sou eu mesma. Ou sou? Já nem sei mais…
Sei que sempre haverá tempo de a mim reencontrar, enquanto viver
Intensa, ambígua, dual, inexata, contudo inequívoca…
Mergulho então suspirante no escuro dessa noite de lua minguante
Não choro nem lamento nada. Ao contrário, agradeço
Mais tarde vou rememorar esse momento na janela do quarto
E quem sabe, a lua então já cheia me convença que a vida vale a pena