Esquerda e Direita: dicotomia?
Para se construir uma terminologia definitiva sobre algo não é fácil, nossos nomes e identidades serão definidos após uma tomada de julgamentos sobre impressões que temos dos indivíduos e que temos de nós próprios, a primeira será visual (algo subjetivo) e que pode envolver gostos induzidos ou de construção por nossas realidades, a segunda terá origem pessoal e intransferível que tem a ver com identidade própria, algo abstrato a terceiros e que não está ligado a influências e sim de percepção individual. A força da realidade própria depende de tantos fatores que é intangível para explicar, há coisas que podem estar ligadas até a DNA, ou a espírito ou fantasmas, e assim de um modo simplista, nos dividindo entre empirismo e fé ou crença.
Os termos “esquerda” e “direita” como quase tudo que ganha rótulo popular, não foi algo pensado, e para se estabilizar, assim como serve ao indivíduo, levou tempo, quase cem anos. Definiu diferenças entre grupos de apoio ou não a regime e surgiram (ou foram cunhados) a partir de algo físico: Para encurtar o texto, quem tiver curiosidade a Wikipédia já dá um bom resumo disso. Porém figuradamente as nossas definições são baseadas em crenças já que nada garante que alguém que confiemos (no voto) vai nos representar será defensor de nossa vontade, ato de pura fé.
Mãs (com til), estamos presos a uma convicção pétrea e que nos faz ter pensamento único em bando?
Acho que sou alguém que se encaixa entre os que não possuem lado: poderia citar algumas mudanças que tive em meu pensamento durante os meus quase cinquentenários tempos nesse plano terreno ou Terra, a percepção que posso figurar é que nós, somos como ondas, que desenham a cada tempo ou temporada a forma como enfrentaremos a areia e isso depende de vento, que depende de clima, que depende de Lua…
Ou há momentos que tenho tendência a achar que somos algo ancestral. Que vagueia na terra através dos tempos, em potes que são nossos corpos físicos e que vão evoluindo com o tempo, aprendendo e em algum ponto terão tudo a sua luz. Coisas que dependem de nossa experiência anterior no mundo até que viremos algo maior.
Qual é o teu signo pessoal?
Politicamente, o que é ter posição?
Não sei como separar a minha percepção de tudo o que a cerca, e quando penso ao escrever agora, ainda não estou convicto que pode ser ela volátil ou concreta e por isso um texto até aqui tão puxado a falar de membrana do assunto.
Más você que está lendo, como eu que escrevo, vai fazer perguntas e essas perguntas estarão em base de coisas e fatos que não são explicados por times ou facções, então por quê escolhemos lados já que é impossível ter lado em uma realidade que muda e que se impõe a qualquer convicção? Um dia amamos e depois “odiamos” uma mesma pessoa conforme o tempo?
Somos induzidos a pensar como formigas, porém em algumas situações da nossa mesma natureza nos tornamos um louva – a – deus, e essa construção que vai ir e vir nos vai impor e fará mudanças, como uma evolução e em evoluções, é impossível ser estático tanto para ter melhor entendimento quanto para vez ou outra agir de forma primal.
Se eu fosse um político, não tenho a menor certeza de plataforma pois em um ano (ou menos se convencido) estaria me contradizendo de forma firme, pois de tudo o que nos determina o mais intenso é a experiência. Com outros, outras histórias. Dentro disso, e falando sobre o título desse texto, se rotular é algo imbecil, pois a comunidade sobrevive graças à diversidade de pensamento e que como culturas, dentro de nossa cultura, devem se misturar e buscar um caminho para constante melhora, sem torcida e sem ídolos de barro.
Eu vejo que em geral as pessoas nesse caso preferem a casca do ovo e não sua clara e gema, mexidos e temperados e isso por pura falta de vontade de saber o que em si próprio pensa ou por condicionamento que não permite fuga. Falta se entender, como indivíduo.
E eu? Sou de direita, esquerda ou centro?
Ainda não descobri.