O CÚMULO DO AZAR

Foi num certo domingo pela manhã em que o gás acabou no meio do cozimento e eu tive de sair em plena onze horas pra sacar dinheiro num caixa rápido. Fui a um mercadinho e a fila estava enorme. Assim,parei no meio-fio a minha bicicleta novinha em folha, uma Caloi de barra circular vermelha que eu tinha comprado fazia dois dias. Era um novo lançamento da Caloi. Fiquei horas na fila do caixa .

Um dia antes no campo de futebol ,os amigos tinham feito uma brincadeira de esconder essa bicicleta num matagal e eu fiquei desesperado procurando-a, mas indicaram o local.

Para variar,esqueci novamente a chave do cadeado e por conta disso a estacionei bem próximo ao caixa e a fila andava lentamente .De modo que a bicicleta ficava bem na minha frente, não teria como sumir das minhas vistas.Chegou minha vez.Enfiei o cartão na máquina elevei as vistas pra preciosa e ela estava lá.A maquina pediu a Opção e a senha e eu a atendi,porém,quando novamente elevei o olhar pra bicicleta,que eu a tinha batizado de Paty ,em homenagem a uma conhecida minha que hoje nem nos vemos mais,tinha desaparecido como se fosse fumaça no ar...A máquina estava processando o saque e a bicicleta tinha se evaporado e eu fiquei sem saber se esperava a realização do saque ou se corria atrás da bicicleta .Olhei pro seguinte e vi que era gente boa,falei:

---- Segura esse dinheiro ai que vou dar uma olhada que roubaram a minha bicicleta agorinha dali.Apontei.

Fui até a esquina e olhei pra lá e pra cá,não vi uma viva alma debaixo daquele sol escaldante de Porto Velho...Voltei ao caixa e o saque ainda não tinha sido concluído.Perguntei:

---- Ainda não saiu esse ... ? E a máquina continuava processando o saque e processava o saque e o povo foi saindo procurando outro caixa e, eu fiquei sem saber o que fazer. Possivelmente esse caixa não tinha dinheiro .Cheguei em casa às duas da tarde ,porque fui sacar o dinheiro do gás numa outra agência mais distante e a pé . Ao chegar ,a mulher com a qual eu era amasiado desconfiou que era mentira e começamos a discutir e houve um entrevero entre nós no qual terminou eu indo tomar o dinheiro todo de cerveja só de raiva pela falta de confiança .

PORTO VELHO : 27/11/1997