Sua majestade: A criança...
Vivemos num país imenso, com diferenças geográficas ímpares, e ainda composto por habitantes de origens heterogêneas. Aqui há famílias com culturas singulares. Somos grandes em miscigenação. Aqui, como em várias partes do mundo: quando recebemos uma nova criança é motivo de alegria e comemoração. Com certeza é uma causa ímpar para uma festança: independente da condição familiar! Mas não podemos fechar os olhos para as nossas diferenças sociais e econômicas. Sempre haverá famílias com condições de dar um futuro para essas crianças e outras não. É aí que mora o problema: como recepcionar e dar a elas todas as condições necessárias para que se tornem adultos completos – conscientes de sua individualização e do coletivo, capazes de discernir o certo do errado! Para isso: devemos alimentá-las bem, dar amor, carinho e proteção até que elas possam alçar voos sozinhas, e educá-las para serem independentes nesta nossa sociedade tão desigual. E me pergunto: Será que os pais responsáveis por este ato divino se preocupam com essas particularidades e suas consequências?
Não tive uma boa experiência para chegar à vida adulta, sofri muito bullying, ausência dos pais e das necessidades básicas – mas sobrevivi!
Portanto de uma maneira ou de outra a criança cresce e se desenvolve, digo isso por experiência própria. Mas isso não minimiza nossa obrigação de cultivar ações especificas para prever os possíveis obstáculos que elas poderão sofrer quando se conectarem com o coletivo. Nós; pais, mães, professores, educadores, todos aqueles envolvidos no desenvolvimento infantil temos que estar atentos a cada fase destes novos seres, que ao chegarem aqui, nos dão tanta felicidade, pelo menos nos seus primeiros anos de vida. E é nessa primeira fase, que entra nossa responsabilidade, e dobrada! Temos que retribuir-lhes a alegria que nos trazem, proporcionando a eles boas e modernas creches e escolas, com métodos de ensino que os ensinem a pensar e criticar por si só, para que no futuro sejam, adultos capazes e íntegros – características essenciais ao perfil de cidadãos necessários à nossa sociedade atual! E não se pode perder tempo – todo o planejamento para o desenvolvimento deste futuro novo cidadão, tem que começar no berço – no seio das próprias famílias.
Não sou professor, muito menos pedagogo, mas a educação, desde a creche até o final do ensino médio, deveria explorar de maneira lúdica a capacidade cognitiva de cada um, se possível personalizando o desenvolvimento das crianças em salas de aulas, fomentando a ideia que aprender é um prazer e não uma obrigação. A tecnologia está aí para facilitar esta tarefa. Provavelmente as crianças passariam a gostar mais de ir à escola e do que lá ensinam – assim, diminuiríamos também a evasão escolar. No meu tempo as coisas eram muito rígidas, podemos dizer que até engessadas, desenvolvendo pouco a cognição e focando mais na memorização: talvez hoje já existem projetos focados, de maneira lúdica, na criatividade, e se assim for, meus aplausos! Porque: sua majestade A Criança merece!