O Brasil do Lula vai bem, obrigado. A inflação é um bem.
- Nada há para se criticar, hoje em dia. Vai tudo às mil maravilhas, maravilhas maravilhosas. Até primeira-dama charmosa, elegante, uma lady, nós temos.
- E a inflação?!
- Inflação?! Que inflação?!
- Você não soube?! Não te contaram?! Aumentou o preço do botijão de gás. A inflação...
- A inflação é um bem.
- Um bem?! A inflação?!
- Deixe-me, explicar, querido. Parece-me que você tem problema de parafuso. Também pudera! Você, paulista, descendente de brancos europeus! Não sabe dançar! E eu vou dançando...
- A inflação...
- Não me interrompa. Respeite o meu lugar de fala. Explico o bem que a inflação faz aos brasileiros assalariados, e para tanto uso como exemplo o preço do botijão de gás. Para efeitos práticos, e para simplificar os cálculos, arredondo os valores, que são fictícios, do botijão e do salário mínimo. No governo anterior, o botijão e o salário valiam, respectivamente, R$ 100,00 e R$ 1.000,00. O assalariado, então, podia comprar dez botijões, todo mês, e nenhum centavo lhe sobrava. No atual governo, por exemplo, com a inflação o botijão sobe a R$ 120,00 a unidade. Consideremos que o salário continua a valer R$ 1.000,00. Todo mês, portanto, o assalariado compra oito botijões e sobra-lhe R$ 40,00. Ora, se após comprar o gás, no governo anterior nenhum centavo lhe sobrava, e no atual governo sobra-lhe R$ 40,00, então tem o assalariado, neste governo, dinheiro extra, que sobra após ele comprar o gás. E no governo anterior, destaco este detalhe, ele não contava com nenhum centavo extra. Portanto, somos obrigados a concluir, a inflação atual deu ao assalariado um ganho pecuniário, que lhe aumenta o poder aquisitivo, de R$ 40,00.