Família
Tentam nos empurrar goela abaixo um modelo instituído de família unida pelo laço do sangue, pessoas que em nada nos acrescentam, instruem ou aprimoram, mas que estão ali e dali não vão nunca sair.
Pessoas que só se encontram uma vez na vida, no ano, no mês ou no dia, e que nesse momento de união agem como se tudo estivesse certo e às mil maravilhas, mas na verdade estão acumulando informações para espalhar o ódio, desprezo, escárnio sobre qualquer um que ali estava, sem se importar em ali estar.
Pessoas que não sabem quem somos, nem nunca se disporam a saber, mas que nos acompanham dia e noite, que esperam a vida inteira por um deslize para nesse momento tirar o foco de suas vidas medíocres e dizer que sabiam que isso iria acontecer.
Que cospem marimbondos aos quatro ventos, criticando o modo de viver do outro, sua casa, suas roupas, seus pensamentos.
Isso para mim não é família e não é meu sangue que vai definir meu amor.
Quando ouço que aguém deixou de viver sua vida em prol da família imagino que essa pobre alma foi tão massacrada por si mesma que não consegue enxergar que essa família, a quem tanto se preocupa em proteger, nunca foi e nunca será sua família de verdade, e que na bem da verdade ela esta tentando se proteger de si mesma e que seria mais fácil viver sozinha que envolta a pessoas que só sugam o seu ser.
Um, dois, três, quantos foram que se unirem em prol da felicidade um do outro, que a felicidade deste ou daquele é sua própria felicidade, mesmo que distantes estão presentes no coração, na mente e na oração, esses sim são família, esses sim merecem nosso respeito e cuidado.
Aqueles que nos cativaram e foram cativados por nós, ao nascer, ao viver, estarão conosco mesmo depois de morrer.
Família não é sangue, esse até pernilongo tem, família é amor, compreensão, carinho, compaixão, o resto é agregado que o karma nos mandou para expiar um pecado que é viver ao lado de pessoas que só servem para nos mostrar o que não devemos ser.