FUGINDO DO TEMA (BVIW)
Não, eu não estou diante de uma vitrine e sim, diante de um espelho e me observo sorrindo. Com quem quer que eu me pareça hoje, este meu sorriso antigo desnuda a minha alma tornando evidente de que não se muda na essência. Uma vez eu, sempre eu.
Já que não sou de olhar vitrine e estou aqui me entretendo com o meu sorriso , fugindo descaradamente do tema, com o pensamento voltado para a dupla face do deus Junus e que Montaigne acreditava representar a face criança e a outra a de um adulto: a criança olha pra frente e o adulto olha para trás.
Já não sou mais criança e, portanto, costumo das os meus mergulhos no passado quando permito um certo desregramento, deixando o espirito divertir-se com fantasias de outro tempo. É como se eu seguisse as pegadas de Marcial, que deixou dito: gozar o passado é viver duas vezes a própria vida.