Convivência com Alzheimer

Estou vivendo, ou melhor, convivendo com uma paciente de Alzheimer.

Não é uma desconhecida, se trata da minha esposa, com quem estamos casados há 54 anos passados. Foi numa data muito significativa para a sua família Metzger, judeus Franceses, Festa do Rocha Shana.

Conviver com famílias tão heterogenias, em raça, crença e cultura, foi muito fácil a convivência social!

Minha sogra teve um câncer de pele, vindo a falecer aos 74 anos de vida. Meu sogro morreu com Alzheimer aos 93 anos de idade. A longevidade paterna é maior que a materna, o que me leva a crer, minha esposa deve seguir o gens familiar.

Não estou preparado para ser cuidador, exceto administrar os remédios para Alzheimer e demência. Ela se recusa aos cuidados de higiene pessoal, dificultando o relacionamento harmoniosos do casal.

Nossas conversas não tem assunto cognitivo. Muitas vezes perde a noção de tempo e espaço. Se esquece das refeições recebidas querendo-as novamente.

Minha esperança para o Novo Ano Judaico de 5784, é a de que tenha saúde para cuidar dela até os últimos dias de sua vida, com resiliência, pelo juramento de fidelidade na saúde e na doença.