“Cumprir a Lei é obrigaçao”
TENHO minhas mágoas em relação aos militares. Detalhe: tenho motivos para isso porque meu pai foi perseguido e preso pelos militares no golpe de 64 e essa prisão gerou sequelas que minaram sua saúde e transtornos para nossa família.
Fui durante toda a ditadura contra os governos militares. Vinte com a resistência, luta pela anistia, Diretas Já e Redemocratização. Em resumo: nunca tive simpatia pelos militares.
No entanto, não sou radical nas criticassos militares. Em 64 eles realmente foram protagonistas do golpe e se apoderaram do poder e foram responsáveis por censura, perseguiçoes, prisões, torturas e toda sorte de truculência. Mas após a Redemocratização os militares, salvo algumas exceções, não tentaram nenhum golpe. Pelo contrário; foram fiadores da democracia. Cumpriram o seu papel constitucional. Daí porque não se pode generalizar nas críticas aos militares. No desgoverno Bolsonaro este tentou e até atraiu alguns militares para uma aventura golpista. Foi o caso de fazer um decreto, ligo após a vitória de Lula, anulando o resultado, suspendendo o supremo e outros absurdos. Segundo a delação do coronel Cid, ele teria convocado todos os comandantes militares ao palácio e pediu apoio para o golpe. Somente o comandante da marinha teria apoiado a aventura, havia até a minuta do golpe. Só que o comandante do Exército, general Gomes Freire discordou e a aventura deu chabu.
Sobre a posição legalista do Exército ficou clara e límpida numa declaração do atual Comandante Do Exército, General Tomás Paiva:
“…E faço questão de sempre dizer isso: o Exército não tem que ser enaltecido por cumprir a lei. É obrigação. Não tem mérito”.
Mais claro impossível. Foi ao ponto. William Porto. Inté.