P o l i t i c a l h a
DIZEM os mais pragmáticos que para governar é preciso fazer acordo com os políticos fisiológicos. Pessoalmente rejeito esse argumento porque acho que esses acordos implicam em ceder espaço para a prática do fisiologismo, ou seja, para aquilo que Rui Barbosa chamou de politicalha. Sinceramente, é um preço muito alto que se paga quando se abre mão da moralidade pública.
Penso que se deveria levar os problemas de governança para o debate público, só fazer acordos com o aval da sociedade organizada, dos setores mais conscientes.
Recordo um trecho de um escrito de Rui Barbosa:
“A política é a arte de gerir o Estado. Segundo princípios definidos, regras morais, leis escritas, ou tradições respeitáveis. A política é a indústria de explorar o benefício de interesses pessoais. Constitui a política uma função, ou conjunto de funções do organismo nacional, é o exercício normal das forças de uma nação consciente e senhora de si mesma. A politicalha, pelo contrário, é o envenenamento crônico dos povos negligentes e viciosos pela contaminação de parasitas inexiráveis. A política é a higiene dos países moralmente sadios. A politicalha a malária dos povos de moralidade estragada”.
O centrão é a politicalha. Ceder a ele é se contaminar. Juro. William Porto. Inté.