O Motoboy gordinho
Para não perder a prática de falar de transportes em vias urbanas, é claro que vou comentar o que acontecera comigo um dia desses. Caro leitor, eu dormi um pouco mais porque já era quinta-feira. Acontece que chamei o moto táxi no aplicativo da Pop. Menino do céu, pela primeira vez um piloto gordinho. Olha eu entrei em desespero, porque sempre passo as mãos pra frente e abraço o piloto, visto que sou desajeitada. Quando ele chegou e me viu, dava pra perceber a face dele em nervoso, porque eu tava com trezentas e sessenta e quatro mil bolsas. Na boa: Eu tive vontade de cancelar a corrida, mas segui para não me atrasar. Ao longo da viagem, ele sempre olhava pro lado nas pessoas segurando na lateral da garupa, como que dissesse : Segure também, mas eu não sabia e estava com medo das bolsas cairem.
A cada semáforo era uma olhada dele para a lateral e sempre o silêncio... era angustiante e assustador.
Eu pensei vou colocar uma mão na lateral da moto e virar pro lado oposto;mas e se a gente cair? (Quem pilota e está lendo esse texto deve estar rindo horrores.)
Depois eu pensei: E se ele frear e eu agarrar forte na blusa dele? Aí meu Deus! Ele vai cair. Olha... não queria viver pra ver uma queda de motoboy e um passageiro, muito menos se o passageiro fosse "euzinha". De repente, passou um rapaz no corredor e disse: A bolsa vai encostar nos carros! Aí pronto! Eu travei todinha e o gordinho diminuiu a velocidade e falou : Coloca ali pra traz, referindo-se a bolsa atrás dele e na minha frente. De fato, o corredor era menor. A minha pressão sanguínea tava alta e sabe como eu sou... aquelas orações na mente viajaram comigo durante todo o percurso. Já sei que, não tenho problemas cardíacos, visto que sobrevivi para escrever a vocês.
Só sei que ele ficou preocupado, porque quando chegamos ele olhou pra mim com uma cara de aliviado e disse : chegamos bem. Como que pensasse eu tava com medo também. A pressão estabilizou e até o momento eu fico em dúvida se cancelar a corrida não teria sido uma boa alternativa. E você Leitor, o que teria feito?