Sobre a Síndrome do Impostor

Essa insatisfação que atinge alguém que conseguiu realizar um objetivo, tem nome é a Síndrome do Impostor. Nunca entendi bem essa situação, mas descobri que eventualmente acontece comigo também.

Teoricamente não tem lógica nenhuma, porque só quem não consegue o que deseja poderia sentir-se triste ou frustrado, mas infelizmente não é assim que acontece. As emoções e sentimentos não seguem nenhuma lógica.

É de certa forma, uma pressão social, por resultados infinitos, pois já descobri que, nesse caso, nunca é o suficiente, a satisfação torna-se uma utopia. Até as metas mais ousadas parecem menos importantes após serem alcançadas. É como escalar uma montanha, e ao atingir o topo, chegar a conclusão que não parece tão alto assim, que não parece uma conquista de alto valor. Quanto mais alto subir, mais a visão se expande, o foco deixa de ser foco, é como descobrir um mundo novo a cada etapa superada na vida. Isso deveria ser motivador, mas geralmente não é, quando se atinge um objetivo, pode se perceber que existem outros tantos ainda maiores e mais desafiadores, e o sentimento é que muito pouco foi feito. Contudo é uma visão irreal, que não reconhece o tamanho do esforço para chegar onde está. O foco se expande tanto que deixa de ser foco e vira uma generalização absurda. Ao invés de comemorar os resultados, a pessoa sente-se frustrada por sentir que não foi muito importante a conquista.

Está muito ligado com a cultura atual, da necessidade de conquistas rápidas e instantâneas, sem levar em conta que tudo que é bom leva um tempo. Tempo esse que é preciso persistir, ainda que não possa ver os resultados imediatamente, como uma árvore que cresce primeiro as raízes antes de ser grande e frondosa.

E nesse caso, estou ignorando o fato daqueles que compararam o próprio desenvolvimento com o dos outros, porque é ainda pior. Ao passo que comparar-se com uma pessoa que teve um resultado inferior pode tornar o comparador arrogante e prepotente, sentindo-se superior. Já comparar-se com quem teve um desenvolvimento superior, pode criar o sentimento mais antigo e destrutivo que se tem informação, a inveja, e vem de mãos dadas com a depressão. Cada um deve se comparar-se consigo mesmo, seu próprio desenvolvimento em relação a si mesmo em outro momento, e não medir-se com a régua dos outros. Acredito que uma solução para isso é a gratidão por tudo que conseguir, e por tudo que passar para aprender. Como dizia Thomas Edison: " é 99% de transpiração e 1% de inspiração". A vida é uma grande escola, os ensinamentos estão espalhados por aí em cada esquina, em cada pessoa. Quando o aluno está com vontade de aprender, o professor sempre aparece.

Por outro lado, a Síndrome do Impostor está ligada ao fato de sentir-se sem confiança em si mesmo. Com isso, pensar que conseguiu algo apenas por um golpe de sorte, e que a qualquer momento tudo pode ruir, e sofrer com a humilhação pública. Quem nunca pensou isso?

De toda forma, a sorte existe, e ela anda próxima de quem está mais preparado. Não adianta estar no lugar certo, e na hora certa, você tem que ser a pessoa certa. A pessoa sem o conteúdo certo, nunca vai enxergar uma oportunidade, ainda que esteja diante dos olhos. Aqui cabe a frase de outro ícone norte-americando, Thomas Jefferson: "Eu acredito demais na sorte. E tenho constatado que, quanto mais duro eu trabalho, mais sorte eu tenho." Não posso deixar de complementar com a frase do grande filósofo brasileiro, um dos meus escritores favoritos, Mario Sérgio Cortella : " A sorte segue a coragem".

Como exemplo, Thomas Jefferson, que é uma figura importante na história Americana, e também um exemplo para o mundo, precisou de coragem ao participar como líder em uma revolução que declarou guerra à maior potência da época, a Coroa Inglesa, o final já é conhecido.

Colocando no contexto atual, se Thomas Jefferson sofresse com a Síndrome do Impostor, pensaria que a Independência dos Estados Unidos da América, não foi uma grande conquista. É tão absurdo como parece mesmo, mas é isso.