Altruísmo na feira livre

Nós que somos mulheres sabemos. É muito comum que uma não goste da outra e não haver razão clara pra isso.

Algumas até usam a estratégia de humilhar de modo repetitivo, constante e permanente (Elisa Guimarães) a suposta oponente. Rimos de assunto que não era pra rir. Tramamos vingança sutil por até dez anos , até mesmo contra uma pessoa que realmente amamos, e o nosso argumento plausível é o amor próprio. Eu sei que entender a arte da competição entre as mulheres é algo sobrenatural, porque algumas realmente deveriam ganhar o novel de maldade secreta . Um dia desses eu vi uma que, na boa , ela chorava que nem a Thalia da Maria do Bairro quando perdeu o filho, e eu sabia que era mentira, ela só queria enganar ao ouvinte. Eu não me envolvi, só observei e sai do local.

A questão é que... é mais fácil destruir do que construir. É mais fácil se vingar do que perdoar. E sinceramente sorrir da desgraça alheia é uma desventura do ser humano. Lógico que até aqui eu fiz uma demasiada hipérbole para chegar onde quero.

Aqui perto de casa há um homem que vende legumes e verduras, estas coisas de feira livre

Sabe?! Pois bem , estávamos em quatro mulheres. Uma delas, a jovem, passou por uma depressão profunda, perdeu emprego amigos e estava toda endividada. Uma é casada , o marido é político e visita uma igreja. Outra tem uma filhinha, mora de aluguel e usava roupas bem humildes. Mas a senhora... tinha aspecto de mulher sofrida na vida, como quem contava cada centavo, usava uma roupa simples, falava de cabeça baixa e a voz... quase nem se ouvira.

Acontece que as quatro se aproximaram do caixa para pagar suas compras. Primeiro a senhora, a jovem , a casada e a mãe da filhinha.

A mãe da filhinha pagou e saiu enquanto conversava e olhava tudo ao redor.

A senhora foi passar... e quando o rapaz falou o valor, ela percebeu que não tinha todo o dinheiro. Então ela optou por deixar uma sacola ali mesmo e saiu com a cabeça mais baixa que antes. Ficou toda constrangida. Neste momento, a esposa do político sorriu . A Jovem depressiva perguntou ao comerciante: Quanto deu a compra dela? Ele por sua vez,respondeu: Cinco reais. Logo a jovem disse que pagaria e chamou a senhora que já estava no caminho de saída do recinto, e disse que era um presente. A senhora ergueu a cabeça e sorriu. Começou a esboçar justificativas e argumentos para não aceitar o agrado. A jovem replicou. Aceite ser presenteada. Assim a senhora seguiu. Uma sorriu, a outra ajudou. Qual dessas pessoas você é ?

Dayane Gomes Cunha
Enviado por Dayane Gomes Cunha em 20/09/2023
Código do texto: T7889841
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