O DIA EM QUE RESPONDI A UM INSULTO RACISTA!
Esta fato aconteceu há muitos anos, pra ser preciso, quando eu tinha apenas 10 anos. Após uma professora, por saber que eu tinha dificuldade para fazer conta, propositadamente após escrever uma conta na lousa me escalou para que eu resolvesse a questão. No ato, por me sentir provocado para ser humilhado pela classe, respondi no ato que não ia. Sentindo a sua autoridade em jogo, apelou para a ignorância, xingando- me de "negrinho", o que os meus colegas deram risadas. O sangue subiu ou ferveu como se dizia e respondi na lata:
- Melhor ser da minha cor do que ser amarelo igual a sua pessoa!
Sim, aquela professora não tinha esta cor, mas simplesmente muito branca. E o caso naquele dia se encerrou quando ela me pôs de castigo, em pé, na parede, de costas para meus colegas. Foi outra humilhação, fazendo com que a minha aversão e antipatia por ela aumentassem. Se tudo terminasse apenas nisto até que não seria problema. Pois o caldo engrossou foi quando a minha mãe ficou sabendo desta desobediência em classe e quando em cheguei em casa, o cinto cantou alto. Foi uma das maiores surras que eu levei da minha mãe.
Mas como reza o rifão de que "tudo que se faz aqui, aqui se paga", o tempo passou e depois de alguns anos, quando eu já estava estudando em outra cidade e ao chegar de férias, quem eu vi passar em frente da minha casa com o marido e filha pequena? Aquela professora que me chamara de negrinho. Agora, sem que eu desejasse algum mal para ela, jogando, por exemplo, uma praga ou algo parecido, o destino lhe apregoou uma peça, fazendo com que ela provasse do próprio veneno, pois terminou se casando com um homem portador de uma cor idêntica ou mais escura que a minha. O que, pra ratificar, a filha puxou a mesma cor do pai. Em síntese: aquela empáfia ao me chamar de "negrinho", com o intuito de me humilhar, no mínimo, foi um tiro que saiu pela culatra ou no próprio pé. É a vida!