Paulinho Majestade
GOSTO muito de assistir a filmes brasileiros. Divirjo radicalmente dos que desdenham e atacam o nosso cinema. Sim, sei e reconheço que há filmes fracos, medíocres, ruins, mas há os bons filmes, alguns deles ótimos.
Não vou declinar a lista dos nossos bons filmes, apenas quero dar uma palhinha sobre um deles que voltei a assistir pela tevê: “Boleiros - Era uma vez o futebol”, dirigido por Ugo Georgetti. Um filme sobre o futebol de antigamente. Um filme tipo biscoito fino.
Ele narra um encontro, num bar de São Paulo, de alguns craques do passado, momento que recordam causos e memórias dos seus bons tempos, uma espécie de lado B do futebol, algumas lembranças marcantes, umas engraçadas, outras pungentes e até algumas meio fantásticas. Um filme permeado de humanismo, humor e saudade. São vários episódios, como o divertido Virgílio Pênalti, um juíz ladrão; Azul, o craque namorador; o do garotinho craque mas comprometido com marginais; o do técnico durão e fanático… E o melhor deles, “Paulinho Majestade”, o retrato de um craque que decaiu, mas que não perdeu a classe e nem o orgulho e a vaidade. A chegada dele no bar famoso para a entrevista é impressionante. No bar Silvio César canta a canção “Pra você” em homenagem ao craque. Ele sequer dá a entrevista, a sua presença e imponência são o suficiente. Depois ele vai embora e volta ao anonimato, mas sem jamais perder a classe.
Assustam a esse filme. William Porto. Inté.