Capitão quem?
Certo dia no recreio um menino aprontou tudo que poderia e mais um pouco: Correu sobre as mesas, bateu em outras crianças, iniciou uma guerra de bolachas… O caos. Nova que era na função de inspetora, ainda não sabia o nome do mini ser humano, nem a sala. Sabia que era um guri do terceiro ano pois (para minha sorte) os recreios são separados por série. E sabia que ele usava uma camisa com uma estrela. Elaborei a intercorrência (um documento relatando as “peraltices” do pequeno que os pais deveriam assinar na saída) e… Fui passar de sala em sala buscando descobrir onde estudava aquele anjo (caído). Em todas, passei perguntando: “Professora, é nessa sala que estuda um garoto baixinho, com topete no cabelo e que hoje veio para a aula com uma camisa do PT?”. Olhares de estranhamento e negativas me acompanharam nas quatro primeiras tentativas. Chegando na última sala a professora me aponta o menino, sentado bem perto da mesa dela, onde podia ser melhor vigiado, e pergunta: Seria esse? Concordo. Sim. Elel. Preciso do nome dele para colocar na intercorrência… Ela ri até não poder mais. O nome do menino é K. Não entendo a risada, qual o motivo. Então, se controlando um pouco,ela me diz: “- Tia, aquela camiseta é do Capitão América, não do PT”. Tudo que consegui pensar foi: Capitão quem? Oras… Uma camisa com uma estrela em 2018, ano de acirrada eleição. Para mim, só poderia ser mesmo do PT. Mas por via das dúvidas, chegando em casa pesquisei e descobri o Capitão América (e uma gama de filmes que até tentei assistir, mas só me trouxeram sono).
Tempos depois, descobri Toy Story, mas essa é uma outra história.
(Fato ocorrido em meados de 2018. Texto escrito em 18-08-23)