DAS DUAS NENHUMA
Francisco de Paula Melo Aguiar
Das duas nenhuma, isso mesmo, já não se estuda mais como antes, porque ante de abrir à boca para falar o coração está cheio, segundo a Bíblia Sagrada...
Agora cheio de que mesmo?
Agora é hora da juventude e da "intelectualidade" de plantão se olhar no espelho para não cometer a gafe de confundir o pensamento de Nicolau Maquiavel em sua obra máxima "O príncipe" , escrito em 1513, em poucas semanas, durante seu exílio por ter sido banido de Florença (Itália) acusado de conspirar contra o governo, cuja obra foi publicada em 1532, cinco anos depois da morte de seu autor, portanto, um cenário oposto com a obra "O pequeno príncipe" do aviador francês Antonie Saint-Exupéry, escrita e publicada em 6 de abril de 1943, portanto, 430 (quatrocentos e trinta) anos depois.
Não é por acaso que segundo Maquiavel: "A soberania se conquista através da astúcia e da traição, conserva-se através da mentira e do homicídio, perde-se pela lealdade e pela compaixão". E tais estratégias caem como uma luva no mundo atual e bem assim no ocorrido de 8 de janeiro de 2023 nos Palácios dos Três Poderes da República Federativa do Brasil.
Por pouco não foi pior para a situação e melhor para a anarquia generalizada e sem comando, salvo melhor juízo.
O que os invasores queriam mesmo?
Na democracia quem ganha a eleição é quem tem a metade mais um dos votos válidos.
E quem fez o quebra-quebra nos Palácios em 8 de janeiro de 2023 é da situação, da posição ou de quem é a liderança da cuja?
O pensamento alheio é como o vento e o clima que não pode ser calculado.
Em O Príncipe, Nicolau Maquiavel menciona como lidar com a política e o poder, onde o autor diz como deve ser governado um principado, portanto, todos indistintamente deveriam ler a referida obra, para aprender a construir o conceito de Estado Soberano na sua essência em qualquer regime político.
Já em "O Pequeno Príncipe", de Antoine Saint-Exupéry, tem outro foco ou centro de pensamento de valores fundamentais e considerados universais, como por exemplo, a solidariedade humana, uma vez que: "só se vê bem com o coração porque o essencial é invisível" e que "tu te tornas eternamente responsável por aquilo que cativas", segundo o autor.
O Pequeno Príncipe de Antoine Saint-Exupéry encontra-se traduzido para 250 (duzentos e cinquenta) idiomas, portanto, deveria ser o livro de cabeceira de crianças a partir dos oito anos de idade até o fim da vida, isso mesmo, porque ele representa a infância inconsciente dentro de cada adulto, simbolizando sentimentos de amor, esperança e inocência.
Assim sendo, das duas nenhuma ou essa gente está lendo "demais" a obra de Maquiavel para aprender a fazer maldade a si própria, não sabendo de nada para contraditar se autodesqualifica em público quando usa a palavra no STF - Supremo Tribunal Federal, que por força da legislação lhe é permitida para defender e ou acusar alguém, sem saber o que vai dizer, causando assim um escárnio por falta do letramento jurídico formativo.
Uma pena, das duas nenhuma das obras aqui citadas estão contidas na fala do ilustre advogado do(s) réu(s) produzido(s) pela invasão dos Palácios em Brasilia/DF por falta grosseira de conhecimento e ou que nunca viu falar delas.
Isso é audível e reprovável misturar alho com bugalho, rima mais não serve de atalho analógico, já que a advocacia é a Justiça de pé (Art 7º do Estatuto da Advocacia e da OAB), ex-vi o que emana da nossa Carta Magna Nacional ao afirmar que o advogado é indispensável para a administração da Justiça (Art. 133/CF).
Todos nós sabemos que a Justiça é cega para não vê cores, adereços e ou viés ideológicos, filosóficos, políticos, profissionais religiosos, laicos, partidários, educacionais, etc, em favor de uns e em desfavor de outros por serem diferentes ou antagônicos.
Agora das duas nenhuma obra foi lida pelo ilustre advogado antes de argumentar no Sinédrio Nacional, é assim presumível para um bom entendedor uma palavra basta.