As várias volta que mundo dá!

Ainda criança com seus 06 (Seis) anos, olhava o movimento naquele terreno baldio. Aqueles homens movimentando descarregando materiais como cadeira, mesas, tábuas, armações de ferro, rolos de lonas e ouviu a professora Dona Chica dizer: Hoje chega o grande circo na cidade os trapezistas são internacionais, já se apresentaram em vários estados na terra do Tio San. Seus olhos brilhavam sonhava ser um deles amanhã. Na teve já assistiu os seus números pareciam voar de um balanço ao outro.

Seu tio Afonso, sempre dizia:

– Meninos, não façam como eles tem uma rede proteção, se caírem, cairão na rede.

E na sua ingenuidade infantil pensava: “Por isso minha mãe me pega na minha mão, ela é minha rede”.

Nisso passa um rapazinho com sua bike todo garboso, ainda não andava de bicicleta mas seu irmão mais velho falava que era como caminhar tinha que treinar e não ter medo de cair. Ele comentou quando eu for um pouco maior iria ser meu instrutor.

Sentado na cadeira de fio enxuga as lágrimas, hoje estou velho e passei por muitos caminhos, fiz muitas escolhas e já tive que ser malabarista e cai sem proteção muitas vezes, criei conexão com muitas ilhas.

Já passei muitos janeiros, sei que fui muitas vezes resgatado, arrastado e salvo por essas redes da vida, redes protetoras e abençoadas que me mantém respirando e permitindo lembrar da minha querida infância.

Jova
Enviado por Jova em 14/09/2023
Reeditado em 14/09/2023
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