FARIA TUDO IGUAL NOVAMENTE

Dias atrás, conversando com uma amiga sobre situações de vida, ela perguntou-me de pronto: “Você faria tudo igual novamente?”

Após poucos instantes de reflexões, respondi-lhe que sim, que se me fosse dada uma nova chance faria tudo igual ao que fiz até hoje. Posso estar sendo um pouco incoerente com o que escrevi ao final do texto “57 ANOS DEPOIS”, mas neste, assimilo a pergunta de uma outra maneira.

E por que faria tudo igual outra vez?

Será que minhas atitudes sempre foram corretas para com todos?

Minhas escolhas foram as mais acertadas?

Em momento algum tive problemas financeiros?

Sempre cuidei da minha saúde como deveria e hoje a tenho perfeita?

E muitas outras perguntas poderiam ser feitas, mas não vejo necessidade de encher espaço com elas.

Em primeiro lugar e o mais óbvio seria dizer: “Faria tudo igual novamente, pois não sabendo o futuro, não teria como modificar”.

Mas, vou um pouco mais além.

Já ouvi muitas pessoas dizerem assim: “Se tivesse uma nova chance, faria tudo diferente”. Outras utilizam uma frase mais comum para dizer mais ou menos a mesma coisa: “Ah, se arrependimento matasse...”. E tem ainda aquelas que se expressam assim: “Por que fui fazer isso?”.

Gente, na minha opinião, essas dúvidas e esses questionamentos não têm razão de ser. Não digo que uma pontinha de dúvida não possa surgir ou alguma indecisão não venha a incomodar. Claro, isso pode acontecer e entendo ser perfeitamente comum.

O que procuro evitar é ter um comportamento neurótico em relação a isso, simplesmente pelo fato principal que: “no momento em que fiz, achei (ou tive certeza) que era o melhor a ser feito”. Os resultados obtidos podem ter sido desastrosos até, mas o que é que eu posso fazer agora para evitar o que aconteceu se eu já fiz e já aconteceu? Resposta simples: NADA. É isso mesmo, nada. O que posso fazer é tentar melhorar, diminuir o prejuízo e seguir em frente, pois ficar encostado em um muro de lamentações não vai resolver o problema.

A princípio, pode parecer difícil, mas garanto que não é. Está bem, concordo que fácil também não é. Digamos então que não é impossível.

Vejo tanta gente se culpando, se lamentando, tendo raiva de si própria por causa disso, que resolvi escrever algo a respeito. Se vai interessar a alguém eu não sei, mas se você se identificou com algo aqui descrito, entendo que deveria tentar pelo menos pensar um pouquinho nisso.

E depois me contar os resultados obtidos, ou até dizer que tudo o que escrevi não tem sentido, que falar é fácil, mas o difícil é fazer, etc. e tal.

Continuaremos amigos do mesmo jeito, mesmo que depois você se “arrependa” de ter dito isso.

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Santos, 22 de dezembro de 2007

Arnaldo Agria Huss
Enviado por Arnaldo Agria Huss em 22/12/2007
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