Trabalho de casa é coisa séria. Todo dia quando levanto fico pensando no que tenho que fazer, o que é muita coisa! Minha casa não é pequena, mas também não é uma mansão. Todos os dias eu escrevo tudo o que fazer, e sou daquele tipo que procrastina até o ultimo minuto. Isso costuma roubar uma grande energia da gente, e no dia seguinte, lá está a lista!

Normalmente risco alguns itens, mas sempre há coisa para fazer no dia seguinte. Tenho um lavador de pratos, que é meu marido, além de adorar passar o aspirador! (não sou sortuda?).

Um serviço que gosto é passar roupa. Para mim é uma catarse, e resolvo problemas que estão sem solução há muito tempo, passando e pensando. Uma coisa que nunca deixo de fazer é arrumar minha cama  assim que levanto. Li uma vez que isso representa representa disciplina, organização, e fazendo isso, torna-se mais fácil cumprir as outras tarefas diárias.

A voz do Roberto Carlos ecoa e canto junto com ele cada musiquinha. E como a idade me fez mais emocional, há certas músicas que canto e choro. O que vai ser de mim o dia que o Roberto morrer?

Entre uma coisa e outra, (como Geminiana nata) dou uma olhadinha no meu jardim, e lá vem meu vizinho Gary. Ele tem uma câmera fora da sua casa, mora sozinho (um solteirão inveterado). Então, quando quer conversar e me vê lá fora, já sai. Vem falar da roseira que me deu e que, por tabela, ele toma conta. Quando não bate na porta com uma cesta de legumes que trouxe da fazenda do amigo, ou o último bolo de chocolate (enorme!) do Restaurante Vegetariano.

Não quero ser mal-agradecida, mas o grande perigo é falar que gostei muito. Porque essa simples frase faz com que ele, sucessivamente, traga uma coisa após a outra. Em uma semana, trouxe dois bolos de chocolate e duas cestas de legumes.

Assim corre minha semana, entre uma coisa e outra, e muito agradecida pela minha rotina.

O que sempre me lembro é da minha mãe falando: “Trabalho de casa quando chega o fim – é o dia que você morre!" Naquele tempo eu achava um exagero, e até engraçado - hoje vejo que ela tem razão.

Aliás, é uma constante lembrarmos que nossas mães tinham razão em tantas coisas! Ciclo da vida.

Nesta manhã, divido com vocês meus pensamentos e meu cafezinho sem açúcar - mas com afeto!

 

 

 

Mary Fioratti
Enviado por Mary Fioratti em 13/09/2023
Reeditado em 13/09/2023
Código do texto: T7884469
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