Arrogância

João Batista é pai e mãe da paciência. E de uma humildade que dá nos nervos. Pedro é o oposto. Perde paciência e se irrita com facilidade. Quando seus argumentos são rebatidos, sobe pelas paredes. João não entende as dificuldades de Pedro em admitir que erra. Nunca ouviu do amigo um pedido de desculpas, uma autocrítica. Está sempre com razão. Errado são os outros. Pedro se acha perfeito. O rei das cocadas!

Pedro decidiu convencer Batista a sair de sua humildade. A estratégia foi humilhar. Depois de colocar o amigo lá embaixo, com os piores adjetivos, João reagiu, chamando Pedro de presunçoso, dono da verdade e arrogante.

A reação de Pedro já era esperada por Batista. Não admitiu o rótulo de arrogante e inverteu a narrativa de João, dizendo que arrogante era ele, pela subserviência; que a humildade do amigo era um sintoma de arrogância internalizada.

Pedro se irritou ainda mais, pois João Batista, depois de ser enxovalhado, olhou o amigo que apenas disse, "tenho pena de você, Pedro, suas palavras não me atingiram. Não sou arrogante nem subserviente, apenas acho que não vale a pena debater com donos da razão, e apesar de sua arrogância, reconheço muitas qualidades em você".

A amizade deles não acabou por conta dessa polêmica. Pedro continua sem fazer autocrítica e João continua como se nada acontecera.

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