CYRO DOS ANJOS

Prof. Antônio de Oliveira

Semana passada, ousei discorrer sobre Cyro dos Anjos e Machado de Assis, tentando, num curto espaço, mostrar, pelo menos, alguma afinidade entre Cyro e Machado. Surpreendeu-me a repercussão. Não me proponho ser um demolidor de mitos. Ninguém é dono da verdade. Renata Bispo fez o seguinte comentário:

‘Eu tenho medo de ler o Machado. Dom Casmurro me tomou semanas de reflexão. A busca pela verdade é de enlouquecer, e ele sabia disso. Nos fez solidários ao Betinho nos empurrando goela abaixo um pouco do amargor das suas dúvidas. Ou da sua loucura.

É difícil saber a diferença. Nunca esperei que um autor tivesse o desprendimento de dar ao leitor esse poder de decisão. Hoje eu sei que não foi desprendimento. Talvez um pouco de arrogância rsrs. Ele sabia o que estava plantando em seus leitores. Incrível mesmo. Isso é incontestável.”

Não mencionei Vicentonio Regis do Nascimento Silva (Assis – SP),

sem demérito para Machado, sobrelevando Cyro dos Anjos ao topo da literatura brasileira. “Apesar da contribuição de cada um deles, o século XX jamais seria o século XX, insisto, se Minas Gerais não tivesse concebido Cyro dos Anjos.”

Isso o diz Vicentonio depois de listar, de MG, uma plêiade de escritores: Guimarães Rosa, Murilo Rubião, Fernando Sabino, Paulo Mendes Campos, Autran Dourado, Affonso Romano de Sant’Anna ou Carlos Drummond de Andrade.

Cf. Artigo meu sobre Cyro dos Anjos, REVISTA VERBUM, Rio de Janeiro, março 1961.

Antônio Oliveira MG
Enviado por Antônio Oliveira MG em 09/09/2023
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