O DIA DA ESCRITA

Todos os anos aplico uma redação aos meus alunos num programa de leitura e escrita da Secretaria de Educação. Então proponho crônicas, contos e dissertações. São gêneros clássicos prazerosos de produzir.

Chegou a data da tal escrevedura. Trabalhei com os adolescentes esses três gêneros. Alguns estudantes, num bate-volta que me surpreendeu positivamente, ainda no decorrer da aula explicativa fizeram o seu texto. Para determinados alunos, é uma atividade enfadonha, cansativa e exaustiva. Mas para essas almas iluminadas, perdoe-me o exagero retórico -é que fica bonito dessa forma na publicação-, para essas pessoas é um prazer ter um bom motivo para escrever. Para mim também é. Mas não me uso como régua: sempre gostei de ler e escrever e vale lembrar que cada um é de uma maneira distinta.

Seriam esses entusiastas o espírito jovem de John Nash, de “Uma mente brilhante”, só que nas letras? Ou a reencarnação de Álvares de Azevedo e Casimiro de Abreu, notáveis ainda na juventude? Não que eu acredite em reencarnação, mas sabe, cai bem na oratória.

De qualquer forma, pelo menos com certeza são excelentes leitores e, consequentemente, escritores. O que faz com que o tal “Dia da Escrita” seja ainda mais empolgante para mim. E isso, definitivamente, não é simples retórica.