O que muda nesta época?

Fardetes de saudade nos chegam nesta época do ano e logo após o réveillon, desaparecem com nossos saldos bancários devedores, vítimas que somos do assédio do marketing, levando-nos ao excesso de nossas compras. Mas, acredito piamente que não seja esse o legítimo significado dessa época. Há os pariás aproveitadores que, abusando de nossa generosidade, tentam retirar de nós desde as pratas do fundo da carteira até quantias vultosas. O coração natalino, molengo, excessivamente generoso, é quem nos permite fazer estas tolices: deixar-nos levar por essa imprudência dos sentimentos. Faz parte da caridade com que nascemos.

Neste Natal de 2008 não teremos lá muita coisa para comemorar. O planeta aquecido dá mostra do desembesto dos efeitos ruins que podem atrapalhar nossas vidas. As grandes cidades, cercadas por marginais bem armados, proíbem-nos de praticar uma saudável convivência com amigos e parentes. A fome ainda bate à porta de grande parte de nossos irmãos e o governo continua a apreciar a retórica ao invés de realizar obras concretas e tão necessárias. A isso chamamos de desgoverno!

Bem que poderíamos estar recebendo o Papai Noel de 2008 noutro clima e com perspectivas reais de uma grande festa. Há pouco o que se comemorar, o que é uma pena.

Mas é além de necessário que estejamos de ouvidos preparados para rejuntarmos essa bazófia toda que esse governo que está aí gosta de gastar em vão, tentando enganar a sociedade. Cuidado! As flores que estarão nos mostrando podem ser anti-sociais demais e por isso sem perfume!

Os fardetes de saudade devem mesmo é livrar-nos da aceitação insossa de que tudo está melhor do que antes. Se você acredita nisso é por que seu Natal está apenas dentro da moldura do quadro da sala-de-estar ou nas saudosas estórias de trancoso das quais lembramos, bucolicamente, apenas o trenó e a neve caindo, muito além da Lapônia. Cá entre nós não há neve, mas, fantasia em excesso ainda!

O mundo necessita de muito mais amor, o Brasil mais de que imaginamos e a nossa Alagoas, todo o amor do mundo. Vamos assegurar ao Papai Noel que ele nos chegue livre e sossegado neste 2008. Cuidados e mais do que nunca, devemos ter, sim, com essa violência toda, mas ir às ruas e participarmos das festas do fim de ano, por que não? Se ficarmos em casa, talvez corramos o mesmo risco ou até mais. Se o governo não muda, a gente muda o governo. Quem deve ter amor à sociedade é a própria sociedade! Merecemos fazer um astuto mutirão em prol dessas mudanças de que tanto necessitamos. Nunca se viu tanta violência e injustiça social quanto agora. Se faltam policiais para zelar pela segurança das ruas, sobram nos gabinetes de políticos e personalidades famosas e até para entregar convites de festas nas repartições públicas como eu vi uma bela exemplar dessa polícia a entregar convites de uma festa comemorativa do Tribunal de Contas de Alagoas, no Ministério Público Estadual, hoje (28/11/2007). Pelo que eu sei, a polícia não foi preparada para esse fim. E o Correio tem poder de polícia?