Vendendo gelo para os esquimós
Uma vez, um pesquisador estava fazendo uma expedição ao Alasca, para pesquisar o relevo da região.
Era uma imensidão branca, onde habitavam alguns dos poucos humanos que ousaram viver sob temperaturas tão baixas. Com certeza, era esplêndido contemplar as casas feitas sobre o gelo, as pessoas indo de um lado para outro, sem se importar pelo frio, uma barraquinha de sorvete... “Espera aí, o quê?!”, pensava o pesquisador. Como é possível tal ideia: uma barraquinha de sorvete no meio da neve! Curioso, o Pesquisador se aproximou e disse, meio em dúvida:
- Olá, desculpe a pergunta – Falou o pesquisador – Mas, você está mesmo vendendo sorvete?
- Sim, estou – Respondeu o vendedor – Você vai querer qual sabor? Tem de limão, de uva, tamarindo...
- Não é possível – Interrompeu o explorador.
- Não, é possível sim, tem de limão, de uva, tamarindo...
- Não, calma. Eu não estou falando disso. – explicou – Eu estou falando de que não é possível alguém vender sorvetes no meio do Alasca.
- Ué, porque não? – Perguntou o vendedor de sorvete.
- Porque é uma péssima ideia! Ninguém compraria algo gelado se já estivesse no gelo.
- Eu acho que o senhor está muito enganado. Essa é uma ótima ideia!
- Tenho certeza absoluta que não. - Depois que o pesquisador falou isso, nesse exato momento apareceu uma esquimó e disse:
- Um sorvete de limão, por favor.
- É pra já, moça – Falou o vendedor, pegando o sorvete. - São dois dólares.
- Aqui está, e muito obrigado – E a esquimó entregou o dinheiro para o sorveteiro, pegou o sorvete e foi embora, toda feliz.
Em todos esses anos de estudo e viagens, o pesquisador nunca tinha visto algo assim antes: uma pessoa comprando sorvete no meio do Ártico. Vendo que ele estava de queixo caído, o vendedor falou:
- Eu não disse que era uma boa ideia?
- Ainda não acredito no que aconteceu!
- Olha senhor, pelo que eu percebi, você não vai querer sorvete, então, por gentileza, pode deixar a fila andar?
- Fila? Que fila?
- Essa aí que está atrás do senhor – Depois que de ouvir isso, o pesquisador virou para trás e viu uma fila enorme de pessoas querendo comprar sorvete.
- Tá,... eu acho que é melhor eu ir embora mesmo... Já vi muita coisa estranha por hoje – Concordou o explorador – Mas, mesmo assim, insisto: Não faz sentido algum vender sorvetes no meio da neve, seria como tentar vender areia para alguém numa tempestade de areia.
- Ah! Então, você conhece o meu primo?
E o pesquisador ficou calado.