Supérfluo
Os detalhes são o que realmente importa. Pena grande parte das pessoas não entender isso!
Assim caminha a humanidade, presa ao básico, ao pouco, se esquece da beleza das pequenas coisas.
Imagina-se que a presença física, mesmo com um abismo enorme entre os presentes, o oferecimento de mimos, o proporcionar a satisfação financeira, por si bastam para suprir qualquer falta.
Esquecem-se de que nada que foi dito acima supre a necessidade de se sentir amado.
Que ser racional ou não, não almeja se sentir amado? Amado de verdade em todos os sentidos e efeitos que essa palavra pode trazer.
Nenhum bem material e nenhuma presença física são capazes de suprir isso.
Um “Tenha um bom dia!” ou “Estava pensando em você!”.
Uma ligação no meio da tarde, de surpresa, só para ouvir a voz!
Uma ligação sem palavras ditas, apenas ao fundo uma música cuja letra representa tudo que gostaria de ser dito.
Uma mensagem de madrugada apenas para dizer “Oi... Não consigo dormir, queria você aqui comigo”.
Ou até mesmo o simples fato de ouvir o outro, ouvir sem querer retrucar, ouvir pelo prazer de sentir a emoção da pessoa ao falar, seja sobre seu dia, sobre seu projeto para as férias ou seus planos futuros, sobre os problemas no trabalho, ouvir seus dramas, suas frustrações, seus anseios, seus maiores desejos.
Ouvir e ser ouvido!
Perder a noção do tempo em uma conversa furtiva que engloba de assuntos sérios a aleatórios.
A liberdade de ser quem se é e o respeito ao outro por ser ele quem é.
Compartilhar suas emoções que, por vezes, o outro sequer tem noção, permitir que o outro sinta o que você sente como uma fusão dos seres em um só, na dor, na alegria, nas dificuldades e principalmente quando nada está acontecendo, pois é nesse momento que mais precisamos nos sentirmos amados.
A presença física é o básico em um relacionamento, poderia dizer que nem isso, quantos e quantos relacionamentos vemos que funcionam a distância.
A presença emocional, a demonstração de interesse real, a certeza do sentimento mútuo, é o supérfluo e o que realmente importa, é melhor estar distante do corpo e próximo do coração, que perto do corpo e longe do coração, da emoção, do amor, da alma.
Se isso me torna fugaz, supérflua, imatura, ridícula, bem acho que sou sim e adoro tudo isso, pois sem o supérfluo nem o amor resiste, quem dirá eu!